O poeta e performer Wilmar Silva de Andrade lança seu 17º livro

Pedro Artur/Hoje em Dia
29/08/2014 às 08:04.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:59
 (Bianka de Andrade Silva/)

(Bianka de Andrade Silva/)

Cada poeta elege uma musa. Dante Alighieri, por exemplo, escolheu Beatriz. Já Tomás Antônio Gonzaga versejou para Marília de Dirceu, enquanto Castro Alves gritou, em métricas, pela liberdade dos escravos e Carlos Drummond de Andrade nunca escondeu sua paixão, mesmo à distância, por sua Minas. E em seu novo trabalho, o livro “euteAmo” (Anomes Livros, R$ 30), Wilmar Silva de Andrade canta o amor, em toda a sua plenitude. O lançamento será nesta sexta-feira (29), às 19h30, no Espaço Cultural Suricato (rua Souza Bastos, 175, Floresta).

Sobre o amor, Wilmar não tem dúvidas. “É o único tema inesgotável e atemporal. É a origem de todas as relações humanas, a própria natureza nasce do apocalipse do amor; a vida vegetal, animal. Onde há pulsão humana há a presença do amor”, pontifica o poeta, que dedica a obra à mulher (e também poetisa) Bianka de Andrade Silva. Para ele, a musa não é apenas inspiração, é caso até de sobrevivência.

“E não apenas o poeta. Todo ser humano precisa de alguém para viver a experiência da própria vida. Só conseguimos experimentar vivências de nossas sensações quando colocamos nossos sentidos, nossas dimensões humanas com o outro”, enfatiza o poeta, que se lança à aventura de seu 17º livro – a estreia foi em 1986 com “Lágrimas e Orgasmos”.

Desta vez, são 108 poemas. Detalhe: todo antenado, ao contrário dos poetas que se mantêm fiéis ao papel, Wilmar utiliza-se da internet para fazer gritar o seu amor, que também explode na capa do livro, que forma um coração e uma maçã, com referências ao cubismo e à pop art. Uma criação de Rubens Rangel, Matheus Faria, além do próprio poeta e de Bianka Silva.

“É uma metáfora da experiência do amor, porque, conforme o olhar da pessoa sobre a capa, dá para ver o coração e a maçã”, explica.

Performance

Durante o lançamento da obra, Wilmar também vai fazer performances. O poeta acredita que isso dá força às palavras, principalmente por esse diálogo entre a poesia e outras artes.

“A literatura não tem ferramentas, instrumentos críticos suficientes para entender a poesia. A poesia é, ao mesmo tempo, ato de liberdade, que apreende a própria vida em sua explosão máxima. Por isso, dialoga com outras artes, com a performance, as artes visuais, sonora. Sai desse território limitado das letras para cair no abismo da liberdade”, filosofa Wilmar.

SERVIÇO

Lançamento “euteAmo”
Nesta sexta, às 19h30, no Espaço Cultural Suricato ( rua Souza Bastos, 175, Floresta)
Dia 4/9, quinta, às 19h30, no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal (Praça da Liberdade)

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