(MÁRCIO CARVALHO/AMPLA DIVULGAÇÃO)
A resposta vem de bate-pronto: Nobres. Refere-se ao ponto que mais encantou o fotógrafo Márcio Carvalho durante a tour que resultou no livro de arte “O Brasil da Copa”. Nele, o mineiro (de Itaúna) mostra o seu olhar sobre as cidades-sede da Copa do Mundo. E foi no meio do caminho que ele se deparou com o município localizado a 150 Km de Cuiabá, na região Médio Norte de Mato Grosso. “Sabe Bonito? Bem, é como se fosse, só que em Bonito há dois rios e, lá, são oito”, diz, ainda estupefato ante a exuberância da natureza que, por lá, também inclui grutas, cavernas e fauna e flora exuberantes. “Incrível como esse lugar é pouco divulgado, pouco conhecido”, diz Márcio, que, além da citada Cuiabá, passou por Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Textos e legendas aparecem em português, inglês e espanhol, e tentam fornecer um breve conhecimento histórico-cultural dessas capitais. Aos 46 anos de idade, metade desses dedicados à fotografia, Márcio Carvalho também se revela um apaixonado pela capital mineira, sua “velha conhecida”, que, no livro, é a primeira a dar o ar da graça – não por uma escolha pessoal, mas pelo fato de as cidades estarem em ordem alfabética. E, sim, claro, o Estádio do Mineirão está logo ali, imponente e lotado, no clique que também abarca a Lagoa da Pampulha, outro cartão-postal da cidade. Trata-se de uma foto aérea, feita de um helicóptero, mesmo artifício usado para fotografar a cidade-administrativa, que resultou em uma das fotos de sua predileção no capítulo reservado à capital mineira. No caso, a obra projetada por Oscar Niemeyer foi clicada no sentindo Confins-Belo Horizonte – portanto, a capital aparece ao fundo, tendo, mais além, as montanhas. Singularidades e belezas do país O Rio de Janeiro, ecoando a canção de Gilberto Passos Gil Moreira, continua lindo. Prova inconteste são as fotos de Márcio Carvalho no capítulo destinado à cidade maravilhosa. Entre os cartões-postais que receberam mais um registro, agora pelas lentes do mineiro, estão o disputado Réveillon carioca (na orla de Copacabana, com a queima de fogos), a Baía de Guanabara, o Jardim Botânico, o Cristo Redentor (com o Pão de Açúcar ao fundo) e, claro, o estádio do Maracanã, para citar alguns. Evidentemente, e isso vale tanto para o Rio de Janeiro quanto para as outras cidades-sede, fazer a edição das imagens que iriam para o suporte livro em meio ao vasto material que coletou não foi tarefa das mais fáceis. Mas Márcio diz que, na verdade, já está acostumado à ideia do desapego. É que o moço tem vários títulos publicados no mercado, como “Cidades Históricas Mineiras” (2005/2012), “Viver Belo Horizonte” (2007/2012), “Minas em Foco” (2009), “Itaúna Centenária” (2011), “Brasília” (2011), “Betim em Cores” (2012) e “Ouro Preto, Uma Viagem em Pedra e Ouro” (2013). “Na verdade, depois de o livro (“O Brasil na Copa”) pronto, aconteceu de eu ter me arrependido de não colocar uma ou outra foto”, confessa ele, que, cumpre dizer, neste exato momento já está debruçado sobre dois outros projetos. O primeiro, um livro referente ao grande mestre do Barroco mineiro, Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, cujo bicentenário de morte será comemorado este ano – precisamente em novembro. “E estou terminando um (outro livro) só sobre Minas Gerais”, diz ele, que, por conta deste projeto específico, passou semana passada por Lapinha da Serra”. Enquanto isso, ele comemora o fato de os exemplares da primeira tiragem de “O Brasil na Copa” que ainda não foram vendidos já estarem todos em livrarias, por solicitação das mesmas. “Não tenho nenhum em casa”. Hospitalidade do brasileiro é aspecto a ser ressaltado Em suas incursões pelo país, o fotógrafo Márcio Carvalho reservou, em média, 12 dias para clicar cada capital para o livro, no período de 31de dezembro de 2012 até 1º de janeiro deste ano. Algumas cidades, é verdade, ele já conhecia. Caso de Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Salvador – além de, claro, Belo Horizonte. Evidentemente, alguns percalços no meio do caminho foram inevitáveis. Por uma triste coincidência, ele quase foi vítima de roubo por duas vezes no período que passou em Fortaleza. “E na mesma semana. Por sorte, ambas as tentativas foram abortadas por outras pessoas”, festeja ele, que, no entanto, preferiu ficar só com as boas lembranças do lugar na memória. No geral, Márcio Carvalho destaca o fato de ter sido sempre bem acolhido pelas pessoas por onde passou. O que reforçaria a tese de que o brasileiro é um dos povos mais hospitaleiros do mundo? “Sem dúvida alguma”, assente ele, de imediato.