(Eugenio Savio)
A Filarmônica de Minas Gerais volta a homenagear o compositor alemão Richard Strauss (1864–1949), pelos seus 150 anos de nascimento. No concerto desta noite, no Grande Teatro do Palácio das Artes, a Orquestra recebe, sob a batuta do maestro Fabio Mechetti, a solista paraense (radicada há 12 anos em Berlim) Adriane Queiroz, para interpretar, pela primeira vez, a cena final de “Capriccio”, última ópera escrita por Strauss, e, no encerramento da noite, as “Quatro Últimas Canções”, compostas em 1948 sobre textos de Hermann Hesse e Joseph von Eichendorff, e estreadas postumamente, em 1950. O programa começa com a suíte “O Burguês Fidalgo”, originalmente uma comédia teatral de Molière, e traz, ainda, “Serenata em Mi Bemol maior”, composta para 13 instrumentos de sopro por um jovem Strauss de apenas 17 anos. “A gente está focalizando (no concerto desta noite) as canções e a parte operística de Strauss. O caráter das peças vocais exige um soprano lírico que domine o alemão, por isso pensei na Adriane. Embora seja a primeira vez que ela esteja cantando essas obras, e da complexidade delas, ela está muito contente de atender ao convite e está muito preparada, tem domínio da língua e do estilo”, observa o diretor artístico e regente titular da Filarmônica, acrescentando que acompanhar uma cantora, em geral, é mais delicado que tocar com um instrumentalista. “Strauss orquestrava, mesmo as canções, com uma orquestra grande. É muito bonito, mas é um desafio equilibrar a voz do solista com o resto da orquestra, qualquer variação de tempo pode ser complicada”. Legado Adriane lembra que Strauss deixou uma obra muito extensa, um legado muito grande, para orquestra e no gênero da ópera. E a voz que privilegiou mais foi soprano, talvez porque a esposa dele era soprano. Mechetti ressalta que existem poucos compositores que escreveram tanto e tão bem quanto Strauss, com tanta competência e genialidade. “Ele levou a orquestra sinfônica a um nível técnico de virtuosismo que poucos tinham explorado até então. Ao mesmo tempo, foi um músico extremamente influente”, diz o regente, ressaltando que os compositores de trilhas de cinema do século 20 e começo do 21 se influenciaram pela habilidade de Strauss em transformar texto e imagem em música. Temporada 2015 Mechetti conta que o programa da temporada 2015 da Filarmônica de Minas Gerais está quase fechado e que a venda de assinaturas deve começar no fim de outubro, começo de novembro. A estreia deve acontecer no final de fevereiro, já na nova sede, que está sendo construída no Barro Preto. Serviço Orquestra Filarmônica de Minas Gerais – Série Vivace – Hoje, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537, Centro – fone: 3236-7400). Plateia I: R$ 70 e R$ 35 (meia). Plateia II: R$ 54 e R$ 27 (meia). Plateia Superior: R$ 36 e R$ 18 (meia).