(Naty Torres/divulgação)
O olhar para a latinidade sempre esteve presente no trabalho da Orquestra Ouro Preto. Mas com um recorte particular. “Procuramos por aquilo que nos diferencia. Quando as pessoas falam em latinidade, buscam por características que temos iguais a culturas do Conesul, mas nosso processo foi contrário, foi mostrar as diferenças, que é muito mais interessante do que procurar pelo que nos iguala”, afirma o maestro Rodrigo Toffolo.
Essa pesquisa da orquestra culminou no disco “Latinidade: Música para as Américas”, que terá lançamento oficial neste domingo (12), no Grande Teatro do Sesc Palladium, quando acontece uma nova edição da série “Domingos Clássicos”.
No disco, estão sete composições contemporâneas, sendo seis de brasileiros e uma de um argentino – o músico Rufo Herrera, que é professor da Universidade Federal de Ouro Preto e tem forte relação com a orquestra.
A música nordestina está representada em “Toada e Desafio”, de Capiba, e em “Três Peças Nordestinas”, de Clóvis Pereira. “Quatro Momentos”, de Ernani Aguiar, foca em danças brasileiras, enquanto “Pequena Suíte Americana”, de Mateus Freire, faz uma homenagem ao jazz e ao soul americanos.
Duas peças são vinculadas às tradicionais bandas de Minas Gerais: o dobrado “Dois Corações”, de Pedro Salgado, e a “Marcha Fúnebre Virgínia”, que é executada durante os atos da procissão da Sexta-feira da Paixão.
“Existe uma efervescên-cia da música de concerto, só que ela é pouco divulgada. As pessoas acham que as músicas que fazemos são de pessoas que morreram ou que estão muito velhinhas, mas tem muita gente boa trabalhando e pensando a música de concerto brasileira”, diz o maestro.
Naxos
O lançamento de “Latinidade” tem um sabor especial: é o primeiro trabalho a ter distribuição virtual mundial pela Naxos, a maior gravadora do mundo quando o assunto é música erudita. Isso quer dizer que será possível ouvir as músicas da Orquestra Ouro Preto em plataformas digitais ou pelo próprio site da gravadora sediada em Hong Kong (naxos.com.br).
“A Naxos é a porta para o mundo. É a oportunidade para a música sair das montanhas de Minas e poder ser ouvida em qualquer lugar do mundo. As pessoas vão poder pesquisar sobre música brasileira e sobre a orquestra”, diz Toffolo.
Orquestra Ouro Preto no Grande Teatro do Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1046, Centro), domingo (12), às 11h. Entrada: R$ 5 e R$ 2,50 (meia). O disco físico será vendido por R$ 20