"Os Amantes Passageiros", de Pedro Almodóvar, chega às telonas

Hoje em Dia
28/06/2013 às 08:07.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:33

A exemplo do norte-americano Woody Allen, um "novo" Pedro Almodóvar em cartaz na cidade é sempre sinônimo de alvíssaras. O título em questão é "Os Amantes Passageiros" ("Amantes Pasajeros"), mas a nova investida do diretor espanhol de "clássicos" como "Mulheres À Beira de Um Ataque de Nervos" segue um rastro de críticas divididas, amealhadas por onde o título já foi exibido desde sua estreia mundial, em março último.

O longa-metragem se passa em um cenário algo inusitado: um Airbus da fictícia companhia Península, que partiu de Madri rumo ao México. Graças a uma avaria, porém, o voo 2549 está em pane, o avião voa em círculos, sobre o céu da cidade de Toledo, por não haver pistas de pouso disponíveis.

No aguardo de instruções mais precisas da torre de controle, três comissários de bordo gays – Joserra (Javier Camera), Fajas (Carlos Arejes) e Ulloa (Raul Arévalo) –, comandam a trama e distraem os passageiros da classe executiva – que, sim, sabem do risco que estão correndo.

Entre eles, está Bruna, uma virgem vidente, que, antes de embarcar, previu que aquele voo mudaria a vida de todos os passageiros – a começar de si própria. Ou, ainda, uma prostituta envolvida em escândalos sexuais, Norma, que é amante de vários poderosos espanhóis. Em cena também está Mas, um banqueiro corrupto, cuja filha fugiu de casa. E, ainda, um par de "drogaditos" recém-casado, um mulherengo e um mexicano. Sem perspectivas, eles trocam confidências e intimidades.

Já os passageiros da classe econômica ignoram tudo o que está acontecendo, por um motivo dos mais simples: foram completamente dopados e dormem, inconscientes do risco que correm. Uma metáfora da população espanhola, assim como de povos de outras nações de uma Europa imersa em crise.

Em entrevistas à imprensa internacional, Almodóvar definiu o filme como "amalucado", e disse ser o mais gay de sua filmografia – cujo filme mais recente foi "A Pele Que Habito".

Além da trama, o espectador também vai encontrar outros bons chamarizes para fazer valer o preço do ingresso: a presença de atores como Antonio Banderas, Paz Vega, Cecilia Roth e a eterna musa do diretor, Penélope Cruz. Se você ficou curioso, vale buscar, no YouTube, a cena em que os três comissários de bordo ensejam uma coreografia ao som da música "I’m so excited", sucesso nos anos 80, na voz das Pointer Sisters.
 

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