(Divulgação)
Um apanhado de obras que marcaram presença em suas recentes mostras, além de trabalhos (na verdade, composições) inéditos, compõem a mostra “Pejo/Desejo/Pejo”, do artista paulista Alê Jordão, que ocupa, até o dia 18 de agosto, o Museu Inimá de Paula. O norte é a vida cosmopolita: gula, sexo, jogos, drogas e outros vícios que permeiam os tempos modernos entram no emaranhado criativo. Em meio a tudo, uma certa crítica ao consumismo exacerbado que pauta a atualidade. E que se conecta à palavra pejo, “aquela pequena vergonha que sentimos de algo moralmente errado”. “As obras representam a ansiedade das pessoas em consumir, a ideia é como se você fosse a uma grande festa e a cada dia usasse um adereço diferente para compor seu layout. O fio condutor é o próprio pejo desejo”, esclarece o paulistano, que fez seus estudos na Faap, complementando-os na Domus, em Milão. Entre as peças expostas na mostra que chega agora à capital mineira, está, por exemplo, a série “Paixão e Compulsão”, na qual fotografias reproduzem tíquetes de compras e notas fiscais – particularmente de transações efetuadas na aquisição de objetos de luxo, ou seja, envolvendo valores significativos. Na verdade, Alê costuma usar elementos atrelados ao consumo – como sua própria coleção de sneakers, que se transmutou em um “tapetão de tênis” – dotando-lhes de outro significado. Ao Hoje em Dia, o artista diz acreditar “num consumismo democrático”. “Não chega a me incomodar (o consumismo, de uma maneira geral), acho que vale ser consciente ....”. Mas acrescenta: “Cada um sabe aquilo que quer e deseja”. De uma maneira geral, Jordão lembra que o ato de consumir é nato à sociedade, seja ela de orientação capitalista ou não. “Pejo/Desejo/Pejo” – Alê Jordão. Até 18 de agosto. Museu Inimá de Paula (Rua da Bahia, 1.201). Horários: terça, quarta, sexta e sábado: 10h às 18h30; quinta: 12h às 20h30; domingo: 12h às 18h30. Informações: (31) 3213-4320. Entrada gratuita