(Maurício Vieira)
Empreendores culturais de Belo Horizonte começarão a receber, a partir do próximo dia 20, recursos entre R$ 3 mil e R$ 10 mill para cobrir despesas de manutenção de espaço, devido à interrupção das atividades por conta da pandemia. Os valores, oferecidos em três parcelas, proveem da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc. A Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura divulgaram a lista dos aprovados no final de semana.
Entre os beneficiados estão espaços importantes do cenário artístico mineiro, como o grupo de teatro de bonecos Giramundo, o cinema Belas Artes, a Academia Mineira de Letras e as companhias Primeiro Ato, de dança, e Galpão, de teatro, além de bares como A Obra e Mister Rock, editoras, circos, blocos de Carnaval e associações cuturais ligadas a religiões de matriz africana. A lista completa pode ser acessada por um link disponibilizado pela prefeitura.
"É um recurso muito bem-vindo, que nos ajuda a pagar as contas de energia, água, IPTU e telefone. Vamos completar oito meses parados e, apesar disso, os gastos continuam, sem que tenhamos nenhum faturamento", registra Breno Nogueira, sócio-proprietário da produtora Dromedario. A empresa estava trabalhando em dois projetos - um telefilme para a Globo e uma série de TV de 13 episódios quando a pandemia paralisou tudo.
Nogueira explica que teve que fazer o acerto com os profissionais envolvidos na época, na expectativa de que pudessem ser contratados novamente quando a pandemia permitisse. Para esta retomada, a Lei Aldir Blanc também entrará com recursos, a partir do lançamento de editais específicos para cada área pelas secretarias estaduais. "Os recursos estão chegando um pouco tarde, mas estão chegando, o que é muito importante", registra o produtor.
A Lei Aldir Blanc foi sancionada no dia 29 de junho de 2020 pelo Governo Federal e teve sua regulamentação publicada no dia 18 de agosto de 2020. À Prefeitura cabe, por determinação da regulamentação federal, implementar o subsídio para manutenção dos espaços e os editais, chamadas públicas e prêmios. Já ao governo do estado cabe, conforme a regulamentação federal, implementar a renda emergencial para os trabalhadores e trabalhadoras da cultura, além de editais, chamadas públicas e prêmios.