Peça, que chega agora a BH, reúne Malu Galli, Andréa Beltrão e Mariana Lima

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
08/05/2015 às 08:23.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:56
 (Nana Moraes)

(Nana Moraes)

Seis meses em cartaz no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, com casa cheia, foram os primeiros indicadores de que a produção tinha se enveredado pelo caminho acertado. Mas foi a estação seguinte, no Festival de Teatro de Curitiba, que deu às atrizes Malu Galli, Andréa Beltrão e Mariana Lima a certeza de escolhas feitas lá atrás, ainda nas primeiras reuniões que delineavam a feitura de “Nômades”, montagem que chega agora à capital mineira. “O Poeira tem 150 lugares, mas, em Curitiba, nos apresentarmos para 2.400 pessoas, no Guairão, colocou uma lente de aumento na peça. A gente não esperava que estivesse tão abarrotado. Foi uma celebração”, diz Malu Galli, ao Hoje em Dia.   O luto   Em BH, o espetáculo ocupa o palco do Cine Theatro Brasil Vallourec, dessa sexta-feira (8) a domingo. A trama é desencadeada pela morte de uma atriz – e as três amigas e colegas vivem o luto. Em meio à tristeza e à saudade, autoacusações também se fazem presentes. A batuta foi entregue a Marcio Abreu, que dirigiu o Grupo Galpão em “Pequenos Milagres”, e está no front da Companhia Brasileira de Teatro, de Curitiba. Já a dramaturgia ficou a cargo do próprio diretor e de Patrick Pessoa, em colaboração com as três atrizes e Newton Moreno.   Método   Sem querer se enveredar pela simplificação, a peça refletiria sobre o que cada um faz da vida com o tempo que resta. “O Marcio tem essa prática de construir a dramaturgia em conjunto, mas por um método de trabalho muito claro. Não é bagunça, cada um dando pitaco... Ele chegava com propostas muito claras, ele e o Patrick, que se reuniam antes. Foi confortável, em nenhum momento ficamos perdidas, confusas”, conta Malu.   Na verdade, acrescenta, as personagens não têm um viés autobiográfico, mas foram criadas muito na função que cada atriz acabou exercendo nos ensaios, “como cada uma se relacionou com a outra”. “A gente imprimiu uma certa persona, à qual eles acabaram dando uma tinta mais forte”.    “Como é que a gente faz para viver de verdade?”, pergunta, a certo instante, uma das personagens da peça   ‘A gente chora, canta... mas termina com a alma lavada, mais energizada”, diz Malu Galli   Em relação ao nome da peça, Malu conta que, ainda no processo de elaboração, o grupo começou a falar dos nômades ancestrais, no sentido de pessoas sempre em movimento. “Depois, fomos afunilando o foco, até pelo Patrick, que é filósofo, e trouxe o conceito filosófico do nomadismo – não mais, pois, como prática de vida, mas como conceito. Toda ideia que acaba indo para outro caminho, que atravessa, vai pela margem do establishment. Pensamos nos artistas que não se dobram, não se enquadram. E foi inevitável não pensar no trabalho do ator, cujo conceito primeiro é sair de si e estar em constante caminho para o outro, para transfigurar, tentar desaparecer”.   Música   Nas andanças, as atrizes se deslocam, na peça, até o universo de artistas como: Donna Summer, Robert Smith, Maria Bethânia, Amy Winehouse, Tom Jobim, Kurt Cobain, Jennifer Beals ou Michael Jackson. “A parte das músicas é fisicamente cansativa. A gente chora, canta... Mas termina com a alma lavada, mais energizada”, finaliza Malu.   “Nômades” – Nesta sexta-feira (8), 21h, neste sábado (9), 20h. Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça 7). Classificação: 14 anos. 80 min. Ingressos a partir de R$ 50.

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