Pilobolus traz ao Palácio das Artes um de seus espetáculos mais famosos, "Shadowland"

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
02/09/2013 às 10:08.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:33

Quem gosta de cinema certamente vai se lembrar. Em 2007, durante a apresentação do Oscar, filmes indicados em diferentes categorias foram lembrados de uma maneira bem diferente: corpos humanos apareciam atrás de uma tela e, por meio de suas sombras, formavam incríveis imagens que representavam longas como "O Diabo Veste Prada" e "Pequena Miss Sunshine" e "Happy Feet".

A mágica feita por jogo de sombras foi criada pelo popular grupo norte-americano Pilobolus. A repercussão foi tão positiva que, dois anos depois, a companhia estreou um espetáculo inteiro com a técnica apresentada no Oscar. É justamente "Shadowland" que o Pilobolus traz sábado e domingo ao Grande Teatro do Palácio das Artes.

"Nesse espetáculo, as sombras são o centro de toda a produção e é por elas que nos comunicamos. Com elas, podemos contar uma história, como se fosse um desenho animado", afirma o diretor-executivo da companhia, Itamar Kubovy, contando ainda que a primeira experiência com jogo de sombras havia sido em 2006 para o comercial do carro de uma fábrica coreana.

Além da técnica impressionante, "Shadowland" se destaca dentro das quatro décadas da companhia pela forma com que a história foi trabalhada – trata-se de uma menina que deseja saber o que está por trás da parede de seu quarto e acaba entrando numa Terra das Sombras, um lugar cheio de criaturas impressionantes.

Coletivo

Para que a história fosse desenvolvida, o grupo convidou o roqueiro David Poe para a composição da trilha e Steven Banks, roteirista do desenho "Bob Esponja", para o desenvolvimento da trama. "Não foi nada fácil realizar as imagens que o Banks havia imaginado", diz Kubovy.

O mais interessante é que, embora Banks tenha elaborado uma trama para o espetáculo, todo o processo foi colaborativo – de acordo com a proposta do Pilobolus de sempre trabalhar em grupo. Um processo coletivo que envolve toda a companhia para elaborar uma mistura entre acrobacias corporais e ilusão de ótica.

"Todos os espetáculos da companhia têm humor e corpos humanos interagindo de uma maneira que as pessoas nunca viram antes. Nossa intenção sempre é contar boas histórias por meio de um trabalho desenvolvido em grupo. Não é à toa que em nossas apresentações não há solos", afirma.

Contorcionismo, acrobacias e conceitos de mágica reunidos

Embora a classificação etária de "Shadowland" seja de 12 anos, Itamar Kubovy garante que o espetáculo pode agradar às crianças. Na verdade, segundo o diretor executivo, o Pilobolus sempre tem boa receptividade em todas as faixas etárias.

"O Pilobolus é muito inovador, é avant-garde, mas também é muito acessível. Tem até pessoas que não se interessam por artes cênicas, e amam o Pilobolus. As crianças nos amam, mas o nosso bom humor faz com que o adulto goste da companhia em um diferente nível", afirma Kubovy.

O contorcionismo, as acrobacias e os conceitos de mágica aplicados em cada um dos espetáculos agradam as crianças, mas é claro que o jogo de sombras de "Shadowland" tende a provocar maior impacto nos pequenos e em seus pais e avós.

"É um espetáculo que provoca um maior interesse, uma maior curiosidade sobre o que está acontecendo atrás da tela. Ele tem mais elementos mágicos do que qualquer outro trabalho nosso", diz o diretor, explicando ainda que o grupo não só procurou chamar atenção pela interação de corpos nessa montagem, como também explorou a mudança da tela ao longo da história.

Atualmente, 22 espetáculos fazem parte do repertório ativo da companhia – embora a maioria seja apresentada num tempo bem menor que "Shadowland", de aproximadamente 75 minutos.

O volume de novidades no currículo da companhia impressiona. Em 2012, três espetáculos foram criados ("Automaton", "Azimuth", "Skyscrapers"). Em 2009, além de "Shadowland", outras quatro coreografias foram lançadas. O mais impressionante é que apenas sete bailarinos dão vida a essas criações nos palcos.


Serviço

Apresentação do Pilobolus Dance Theater no Grande Teatro do Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1537). Sábado (7), às 21 horas, domingo (8), às 19 horas. Ingressos de R$ 20 a R$ 120.

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