(Tudo em Pauta)
A cantora e compositora Roberta Campos, os fãs belo-horizontinos bem sabem, passou recentemente pela cidade, a bordo do repertório de seu mais recente disco, “Todo Caminho é Sorte”, que apresentou em show. Mas, sim, o nome da mineira (de Caetanópolis, hoje radicada em São Paulo) também pode ser facilmente localizado na seção de lançamentos do mercado editorial.
É que Roberta resolveu investir na faceta poeta e assina “Tudo o que Pertence ao Meu Futuro e ao Seu” (Matrix Editora, 104 páginas, R$ 29,90), livro que, curiosamente, é separado pelas quatro estações do ano. “Quis separar as poesias por suas características, daí, logo pensei nelas (as estações).
Até porque, percebi que tenho um pouco dessa influência dos dias – como num dia de chuva, no qual me bate uma saudade, e faço uma poesia que fala disso. Por fim, quis falar da ‘Minha Primavera’, que foi uma forma de juntar as poesias mais pessoais. Ali, falo do meu violão, dos meus pais, da minha vó…”.
Roberta conta que escreve poesias desde criança. “Me lembro de, certa vez, até participar de um concurso na escola”. A inspiração vem do viver, mesmo. “Tudo me inspira. Um livro que leio, um filme a que assisto, uma viagem, uma conversa, uma canção… Vinha escrevendo essas poesias há um tempo. Algumas desse tempo, juntei a outras mais recentes. Gosto muito de escrever, sempre estou anotando alguma ideia, palavras, frases”.
Manoel de Barros é uma referência assumida. “É a melhor parte da vida. Sua simplicidade me atrai. É muito verdadeiro, me leva para dentro de mim. É difícil ser simples, exige coragem e amor – e Manoel tem isso”, diz ela, que também manifesta apreço à obra de Carlos Drummond de Andrade, Pablo Neruda, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Ferreira Gullar e Vinicius de Moraes.