(lucas rodrigues maciel/divulgação)
O início foi dos mais despretensiosos. Após assistirem ao documentário “Só Dez Por Cento é Mentira”, de Pedro Cezar, sobre o poeta Manoel de Barros (1916–2014), nas aulas de artes visuais da Escola de Design da UEMG, Frank Soarbine e Flaviana Lasan se flagraram completamente encantados. E resolveram desenvolver um trabalho artístico a partir da lavra do mato-grossense, norteados pela ideia de imprimir novos significados a objetos já existentes.
O embrião da parceria foram desenhos que migraram para um projeto apresentado à seleção de ocupação da galeria Núcleo Caminhos do Futuro no PlugMinas – Edital Jovem Artista 2014-2015. Devidamente aprovados, eles abrem nesta sexta-feira (20) a exposição “Desconstrussumismo”, que fica em cartaz até 30 de abril.
“A gente partiu dos poemas e também pegou, como foco, a revolução industrial, pensando no capitalismo”, destrincha Frank. Entre os objetos que ganharam novo significado está, por exemplo, um retangular que, ao mesmo tempo em que remete a um celular, estabelece uma conexão com uma máquina antiga de tear. “Ele vai possibilitar que o público interaja, ao girar uma manivela e visualizar palavras e imagens. Dentro da ideia de ressignificação, ele perde a função para a qual foi feito. E compramos duas moringas, que geraram uma espécie de ampulheta”.
Cabe esclarecer que a empreitada traz, em seu bojo, uma crítica ao consumismo que vigora nos dias atuais. “A ideia é instigar, fazer com que as obras direcionem o pensamento do público para a função do uso do objeto, uma vez que, nos dias atuais, o homem vive em função do objeto”, critica Frank, que, aos 22 anos, também dá asas à criatividade por meio da marca de cadernos Inconstâncias, cujas capas são diferenciadas: obras do próprio artista. Portanto, únicas.
Desconstrossumismo – desta sexta-feira (20) a 30/4. No PlugMinas – Centro de Formação e Experimentação Digital (rua Santo Agostinho, 1.441, Horto – Fone: 3484-1015 – plugminas.mg.gov.br). Entrada franca.