(Flávio Tavares/Hoje em Dia)
Na TV e no cinema geralmente associado a cenas de striptease, o pole dance há muito saiu dos pequenos estúdios e vem conquistando cada vez mais adeptos. São amantes da atividade física que une dança e ginástica para deixar o corpo torneado. O interesse crescente não somente aumenta a demanda nas academias, mas também faz surgir, entre os praticantes, verdadeiras celebridades. Uma delas, a russa Natalya Meshcheryakova está em Belo Horizonte para ensinar alguns truques aos mineiros.
Considerada uma especialista do pole dance internacional, a moça começou na atividade em 2007. De lá para cá, vem colecionando prêmios: foi a primeira no Russian National Championship (2014); finalista na World Pole Dance Championships (2015), em Pequim; bronze na Arnold Classic Europe (2015).
A pole dancer russa vai ministrar três workshops com técnicas para aprimorar saltos, movimentos de solo e coreografias na barra.
Projeção
“A Natalya tem um estilo mais agressivo e é famosa por ser boa em quedas, mortais e piruetas na barra. Ao trazê-la para cá, a proposta é colocar Minas no circuito de pole”, destaca a professora e também pole dancer Luiza Senra, fundadora da Escola de Artes Aéreas Studio A (rua Cláudio Manoel, 149, Funcionários), onde serão realizados os cursos, a partir das 11h deste sábado.
Com a boa resposta dos alunos, a especialista de BH já planeja realizar, ao longo de 2016, outros workshops com profissionais igualmente reconhecidos internacionalmente. As próximas da lista são as australianas Michelle Shimmy e Maddie Sparkle, que chegam a Belo Horizonte em julho.Markin Mihail / Divulgação Natalia Meshcheryakova – A artista russa é reconhecida por executar com precisão movimentos de grande complexidade na barra de pole dance
Fetiche
exige disciplina e esforço. Que o diga a analista de sistemas Raphaella Carvalho, de 28 anos. “Estou cheia de roxos (no corpo), mas vale a pena. No início, ficava dolorida. Agora dói bem menos”, conta.
Praticante da atividade há 8 meses, ela já colhe frutos. “No primeiro dia, não consegui fazer nada. Mas após algumas semanas, já tive resultados. Ganhei flexibilidade e força”.
Empolgada com os resultados, a moça comprou uma barra de pole dance para o treino em casa. Quem gostou do investimento foi o marido. O motivo é que essa é uma atividade sensual e que desperta fetiche. “Ele gosta de me ver”, diz Raphaella timidamente. E maridão, pratica? “Nada. Tenho mais força do que ele”, ri.Flávio Tavares / Hoje em Dia Raphaella Carvalho – Praticante do pole dance há apenas 8 meses, a analista de sistemas comemora as evoluções do corpo: mais flexibilidade e força
Sensualidade e aceitação do próprio corpo: o pole dance é um exercício completo
A servidora pública Andreza Rosa, de 20 anos, conhece a modalidade há um ano. Assim como Raphaella, confessa achar a arte sensual. “Já imaginou descer nessa barra para o namorado?”, brinca, com muitas risadas. Se já teve essa experiência? “Não”, responde com ar quase triste.
A moça, entretanto, reforça o outro lado: “não é só a parte sensual. Trabalha muito o físico. É um exercício completo”.
SuperaçãoFlávio Tavares / Hoje em Dia Preconceito – “Hoje, 10% dos meus alunos são homens. Um número impensável anos atrás. Mas ainda é preciso desmitificar a ideia de que isso é coisa só de mulher”, diz Luiza
A estudante de Design de Moda Raquel Felicetti, de 25 anos, pratica o pole dance há um ano. Ela diz que foi amor à primeira vista. “Não gosto de academia e o pole é uma forma prazerosa de se exercitar e ainda traz um efeito fisicamente melhor”, considera.
A impressão da estudante está correta. De acordo com a professora Luiza Senra, em uma hora é possível gastar aproximadamente 500 calorias. E ela destaca ainda outro benefício: a nova forma de encarar o corpo. “Embora esse não seja o foco – e nem é apenas para meninas, pois os homens também são bem-vindos e estão praticando cada vez mais –, o pole dance traz essa coisa do empoderamento feminino. As mulheres costumam aceitar melhor o próprio corpo; mexe com a autoestima”.
Raquel se enquadra nesse perfil. Bailarina por 16 anos, ela aponta uma evolução pessoal nesse sentido. “O balé é muito ligado a estereótipos. Por causa do pole dance, hoje lido muito melhor com o meu corpo. Até posto (nas redes sociais) fotos minhas na barra, coisa que dizia antes que jamais faria um dia”.
Assista ao vídeo: