Porto Alegre é uma cidade de extremos, em se tratando de clima. No inverno, os termômetros beiram os 0 graus, e a umidade da região faz com que a sensação térmica seja negativa. Já na primavera e no verão, as temperaturas disparam. No auge do verão, em janeiro e fevereiro, aproximam-se dos 40 graus. Aliás, agora mesmo, na primavera, as temperaturas já estão altas na capital gaúcha. É a época em que moradores e turistas aproveitam para fazer muitas atividades ao ar livre. O mineiro se sente em casa quando vai a Porto Alegre e ao Rio Grande do Sul em geral. É claro que irá notar as diferenças, como o sotaque, alguns costumes, o jeito gaúcho. Mas a receptividade costuma ser do jeito que o mineiro gosta: com simplicidade e boa acolhida, como se já fosse amigo há muito tempo. Por aqui, oferecemos café e pão de queijo (ou broa de fubá) quentinho a quem chega, mesmo que seja a primeira vez que vemos fulano e fulana. Por lá, é o chimarrão que fortalece os laços de amizade, novos ou antigos, num ritual que todo gaúcho faz praticamente desde que nasce. Essa receptividade natural é mais notável no interior do Estado, a exemplo do que ocorre em Minas. Também na capital, o visitante é muito bem recebido. Mesmo que o estereótipo do “gaúcho turrão” ainda persista no senso comum do brasileiro, a verdade é que o gaúcho gosta e sabe receber bem. Um exemplo disso é o que vemos na Serra Gaúcha. Por mais que se diga que Gramado seja uma “cidade cenográfica”, que vive para o turismo, é inegável que a educação de seus habitantes e a simpatia com que eles costumam nos receber – mesmo que, por vezes, eles pareçam enfarados com tanto movimento – são naturais. O turismo teve seu papel nesse tipo de “formação”. Afinal, é uma das principais fontes de renda de cidades como Gramado, Canela, Nova Petrópolis, Bento Gonçalves, Caxias do Sul. Cultura Porto Alegre é famosa pela sua vida cultural. Talvez pela distância em relação aos grandes centros culturais nacionais (leia-se: Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador), a capital gaúcha desenvolveu-se culturalmente de forma quase independente, assim como aconteceu no Recife. A cidade tem sua própria cultura, suas próprias manifestações musicais e artísticas – sem, no entanto, perder contato com o que é feito de mais moderno pelo país e pelo mundo. Porto Alegre se assemelha a Buenos Aires em diversos aspectos. Além do tipo de clima (ambas são banhadas por um estuário e têm temperaturas extremas por conta disso), elas também têm forte vida cultural. Em ambas encontramos muitas livrarias, cafés, teatros e museus, o que torna uma visita a qualquer uma delas uma bela excursão cultural. Se Buenos Aires tem Borges, Porto Alegre tem Mário Quintana. Se lá tem o Colón, a capital gaúcha tem o elegante Theatro São Pedro, de 1858. Semelhanças que não minimizam o charme autêntico de Porto Alegre. Para começar, a cidade tem o Guaíba, palco daquele que os gaúchos consideram – de forma bem “modesta” – como o mais bonito pôr do sol do Brasil. Sempre haverá um nativo querendo levá-lo para assistir ao poente do alto do Morro da Televisão. Linha Turismo leva visitantes de graça pela cidade A melhor maneira de conhecer Porto Alegre, pelo menos de forma “expressa” (aí você elege seus pontos preferidos e volta depois para aproveitá-los mais), é fazer o city tour da Linha Turismo, da Secretaria Municipal de Turismo de Porto Alegre. O serviço foi o primeiro do Brasil a utilizar um ônibus com o segundo lugar aberto, a exemplo dos velhos ônibus vermelhos londrinos (os chamados double deckers). Os ônibus partem do terminal instalado em frente à sede da Secretaria de Turismo (Travessa do Carmo, 84, Cidade Baixa). Pontos tradicionais O roteiro tradicional da Linha Turismo passa pelos atrativos mais centrais, como o Parque Farroupilha, o Mercado Público, a Usina do Gasômetro, a Arena do Grêmio, o velho Beira Rio, do Inter (que está fechado, sendo reformado para a Copa do Mundo) e o Museu Iberê Camargo. Devido à grande procura por um city tour regular pela Zona Sul e alguns atrativos dos Caminhos Rurais de Porto Alegre, foi criado um novo roteiro: Linha Zona Sul. Ao todo, os dois roteiros abrangem mais de 30 atrativos históricos, culturais e naturais. Além do Parque Farroupilha, alguns roteiros turísticos pela cidade passam por outro lugar favorito dos gaúchos: o Parque Brique da Redenção. O velho Guaíba: rio, estuário ou laguna? Ainda hoje, temos a velha polêmica. Afinal, o Guaíba que banha Porto Alegre é um rio, um lago, uma laguna ou um estuário? O rio existe, sim, mas ali, na capital gaúcha, ele se encontra com a Lagoa dos Patos e acabam formando um imenso estuário. Alguns geógrafos também o consideram um lago, mas estuário parece ser a nomenclatura mais aceita. Seja como for, é ali que acontece o espetáculo do pôr do sol, quando o astro desce no horizonte, no encontro do Rio Guaíba com a Lagoa dos Patos, tingindo as águas de dourado e depois de vermelho. Quase toda excursão turística de Porto Alegre leva os visitantes, em algum momento (quase sempre no final) para o alto do Morro da Televisão (assim chamado por ser o local onde foram colocadas as principais antenas dos canais de TV e rádio da cidade), de onde se tem a melhor vista para o pôr do sol. Leia mais sobre o turismo em Porto Alegre na http://hojeemdiardp2.digitalpages.com.br/html/login/93