Prestes a estrear em “a regra do jogo”, Renata Sorrah chega a BH com a peça teatral “Krum”

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
28/08/2015 às 07:17.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:32
 (Nana Moraes)

(Nana Moraes)

Na dúvida entre qual das duas palavras – encantamento ou entusiasmo – seria melhor para definir a impressão que fica de Renata Sorrah ao fim da entrevista ao Hoje em Dia, a prudência manda ficar com as duas. Prestes a encarnar um novo desafio no horário nobre da Globo – será a milionária Eleonora, na novela de João Emanuel Carneiro, “A Regra do Jogo” –, ela chega a BH para apresentar, junto à Companhia Brasileira de Teatro e a atores convidados (como a mineira Grace Passô), a peça teatral “Krum”, texto inédito no Brasil do israelense Hanoch Levin (1943-1999).   Autor, aliás, que ela conheceu por intermédio do diretor da montagem, Márcio Abreu, com quem Sorrah firma sua segunda parceira (a dobradinha foi iniciada com “Esta Criança”, do francês Joël Pommerat). Foi no período de aventar um novo trabalho em conjunto, aliás, que veio a sugestão de leitura. “Não conhecia, esse dramaturgo (referindo-se a Levin), que é muito conceituado, e não só em Israel. Foi um grande militante de esquerda, escreveu 56 peças. Na leitura, todo mundo ficou encantado! A história é incrível, linda, e tem tudo a ver com o teatro que a gente quer fazer. E o mais lindo é que todos os atores convidados aceitaram de primeira, ou seja, todo mundo que ele (Márcio) pensou e sonhou (para o palco), topou”, diz ela, que não poupa elogios a Passô.   “Foi um encontro maravilhoso, um privilégio. Uma grande autora, uma pessoa muito especial e talentosa. Ela é sensacional”, exalta. Já quanto ao texto, Renata diz que o que mais a encanta é o foco sobre o ser humano comum, ordinário. “Pessoas que não são um sucesso. Temos um grupo de pessoas que vive na periferia de uma grande cidade, que têm sonhos, ambições, vontade de sair dali, mas que não conseguem, porque a vida não sorriu para eles. Tentam ir em frente, mas não conseguem. É bem Tchekhoviano”.   Modificar pessoas   No começo da peça, o personagem Krum volta para o bairro de sua infância, para a casa da mãe. “Ele viajou pela Europa e nada aconteceu! Não teve nenhuma experiência, o que resta é uma grande frustração e a expectativa de um futuro sem esperança”.   E já que a conversa gira sobre sonhos, Renata lembra que, junto ao núcleo que a traz aqui, nutre o sonho “de fazer um teatro de verdade, bacana, que modifique as pessoas”. O entusiasmo, mais uma vez, reverbera em cada flexão de voz. E vem uma terceira parceria por aí? “Deus te ouça”, despede-se ela, feliz.

“Krum” será apresentada nesta sexta-feira (28), às 21h, e sábado, em duas sessões, às 18h e às 21h, no Sesc Palladium (confira outras informações no roteiro)

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