Projeto Mestres Navegantes chega à terceira edição

Pedro Artur - Hoje em Dia
02/03/2015 às 09:28.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:11
 (samuel macedo/divulgação)

(samuel macedo/divulgação)

A cultura popular brasileira resiste, embora precise de alguns empurrões para se manter de pé. É o caso dos CDs “Boi Bumbá” e “Carimbó”, que integram a terceira edição do projeto Mestres Navegantes (Natura Musical) e retrata a pluralidade musical do estado do Pará, especialmente das regiões do Salgado Paraense e da Ilha do Marajó.

Idealizador do projeto de pesquisa e registro de manifestações artísticas país afora, o músico e produtor Betão Aguiar rejeita o termo “resgate” para o trabalho, realizado, por um ano e meio, naquele Estado.

“Não gosto do termo resgate, pois é como se a cultura estivesse morta. Ela está viva, em constante transformação, mudando, adaptando-se. Acho importante se ter um legado para que as pessoas possam conhecer coisas bonitas do Brasil”, ressalta, reforçando que grandes figuras da MPB como Luiz Gonzaga, o rei do baião, e Gilberto Gil, dentre outros, beberam dessa fonte da cultura popular.

SEM CONTRAVENÇÃO

Para Aguiar, que é filho de Paulinho Boca de Cantor, dos Novos Baianos, o projeto tem outro componente estratégico: o de colocar à disposição das pessoas os dois álbuns para download legal e de graça no soundcloud deste mapeamento ou por meio da fanpage oficial (facebook.com/mestresnavegantes). “A ideia é a de que daqui a cem anos possa ser encontrado”.
Os dois discos reúnem alguns dos mais importantes grupos de boi bumbá e carimbó. Cada um recebeu 250 cópias do
disco para divulgação do trabalho.

Outro braço da pesquisa foi ancorado por vídeos (vimeo.com/mestresnavegantes). E existe a pretensão de, no futuro, criar um projeto para um catálogo com fotos e textos. Ao todo, foram registrados seis grupos de boi bumbá e seis de carimbó.

MAIS TRABALHO

Mas a pesquisa ainda não terminou. Betão Aguiar pretende retornar ao Pará para a catalogação de outros gêneros musicais, como Marujada, Samba de Cacete e Pássaros Juninos, tradicionais manifestações culturais daquele estado da região Amazônica.

Depois disso, o músico pensa em desviar o olhar para o Nordeste, principalmente para a Bahia, Pernambuco e Maranhão.

CONGADO DE MINAS

Betão Aguiar acalenta ainda o sonho de um dia poder mapear o congado em Minas Gerais, a mais tradicional manifestação popular das Alterosas.

“Por enquanto, é só vontade, muita vontade. É só uma ideia que ainda nem está no papel. Mas eu conheço o congado, e o vejo quando alguns grupos vêm se apresentar na festa da Padroeira, Nossa Senhora Aparecida”, explica.
 

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