(João Caldas/Divulgação)
Em cartaz há cerca de um ano, a peça “Galileu Galilei” já foi vista por mais de 85 mil espectadores. Um sucesso não apenas por ser protagonizado por Denise Fraga ou por ser um texto de Bertolt Brecht. Mas especialmente por ser um espetáculo que dialoga intensamente com a contemporaneidade, um momento em que a intolerância toma conta de diversos níveis da sociedade.
Apresentado de hoje a domingo no Teatro Sesiminas, o espetáculo conta a história do célebre cientista italiano que, no século 17, teve de renegar suas próprias teorias sobre o sistema heliocêntrico, para que não fosse condenado à morte na fogueira pela Inquisição.
“O que mais me toca nessa peça é que somos todos Galileu. Estamos muito acostumados a negar verdades, por inúmeras fogueiras cotidianas. Nessa sociedade pautada pelo poder econômico, tudo é feito em nome do sustento. Nos negamos para não perder o emprego, para ficar bem com o chefe. Acostumamos a fazer concessões”, afirma Denise Fraga, que vive o personagem-título. Ela já havia montado Brecht anteriormente, com a peça “A Alma Boa de Setsuan”.
Humor
Segundo a atriz, o dramaturgo alemão se valeu da conhecida história de Galileu para falar, com ironia e humor, sobre questões atemporais. E garante: Brecht pode, sim, ser popular e compreendido pelo grande público.
“Ele nos faz sentir esperança nesse texto, porque nos mostra que, apesar das estruturas de poder, conseguimos achar brechas e estarmos minimamente em dia com nós mesmos”, diz Denise, lembrando que Galileu conseguiu enganar os agentes da Inquisição e fazer com que seu livro fosse publicado em outro território.
A peça é dirigida pela premiada Cibele Forjaz e o elenco conta com os atores Ary França (parceiro de longa data de Denise Fraga), Théo Werneck, Lúcia Romano, entre outros.
SERVIÇO
“Galileu Galilei” no Teatro Sesiminas (rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia). Sexta-feira (3) e sábado (4), às 21h, e domingo (5), às 19h. Ingresso: R$ 70 e R$ 35 (meia)
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