Protesto artístico em defesa dos tubarões ocupa galeria

Conhecidos por muitos como os "vilões" dos oceanos, os tubarões vêm sendo aniquilados pela pesca predatória. A justificativa: as barbatanas que são vendidas para fazer sopa – uma tigela custa, em média, US$ 150 ou R$ 242. Uma única barbatana vale hoje, no mercado financeiro, € 200 (lembrando que o euro está cotado, atualmente, a algo próximo de R$ 3).

E a prática cruel que ameaça um animal que habita a Terra há milhões de anos foi o ponto de partida para o artista plástico Sérgio Machado, 55 anos, expressar sua indignação.

O resultado pode ser visto a partir de hoje, na Quadrum Galeria (avenida Prudente de Morais, 78). São 15 esculturas criadas em madeira, ferro, borracha, couro, cobre, mármore e ouro que poderão ser vistas de segunda a sexta, das 12 às 19 horas, e aos sábados, de 10 às 14, até 19 de julho, com entrada franca.
 
As barbatanas e os tubarões de Machado serão expostos separadamente, com o intuito de discutir a consequência do impacto do mercado financeiro, não só na arte, mas na vida de todos os habitantes do planeta. “O artista tem o poder de persuasão e essa onda de protestos em todo Brasil me dá ainda mais fôlego para defender esse bicho que tanto admiro”.

Pedro David

E por falar em arte “ecologicamente engajada”, digamos assim, cumpre registrar que, no último dia17, o fotógrafo mineiro Pedro David, 35 anos, recebeu o prêmio do concurso da Fundação Conrado Wessel, com a série “Sufocamento”, na qual retrata árvores nativas entre eucaliptos, fazendo jus ao título.