(VAC/DIVULGAÇÃO)
O ponto de partida é quase sempre um crime. O artista plástico paraense Éder Oliveira parte de um retrato publicado nas páginas policiais de jornais para trabalhar sobre a imagem do homem amazônico, com a pintura dele dando uma nova visão sobre pessoas marginalizadas. Este trabalho que poderá ser acompanhado ao vivo pelo público até domingo, no Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 920–Centro), dentro do “Projeto Parede”, de 9h às 21h. Parte das atividades do Verão Arte Contemporânea, o projeto busca promover um espaço de interação que não é estranho ao artista. “A intervenção urbana é um dos braços do meu trabalho, com as pessoas também transitando e observando o que está sendo feito”, registra Oliveira, que tem obras em acervo do Centro de Arte Dos de Mayo, na Espanha, e Kunsthalle Lingen, na Alemanha.
A abordagem da identidade cultural em seus trabalhos é uma crítica ao sensacionalismo racial. Segundo ele, a associação dos retratos à fatos violentos parte da ideia de que uma pessoa com um determinado perfil étnico teria um potencial agressivo. “O que faço é uma apropriação do que foi publicado, ressignificando com a pintura”. Assim, Oliveira busca dar outro valor social à imagem, e não necessariamente redimir os personagens das reportagens. “Não tem nada a ver com apontar culpados, mas sim investigar a própria imagem, que poderia ser de qualquer outra pessoa”, salienta.