( lailson santos)
O nome sugere um grupo de samba, mas, na verdade, vai bem além do que um fã do gênero pode esperar. O trio Revista do Samba bebe da fonte dos clássicos e se vale de instrumentos básicos desse ritmo brasileiro (violão, cavaquinho e percussão), mas dialoga a todo momento com outros caminhos sonoros. Ficou curioso? Então vale a pena conferir a apresentação que o grupo realiza esta noite, no CentoeQuatro.
O show promove o lançamento na capital mineira do álbum “Samba de Revista”, o quinto da carreira (produzido por Paulo Lepetit, produtor de “Caixa Preta”, de Itamar Assumpção). O principal diferencial desse trabalho é que, dessa vez, o trio se permitiu investir nas composições próprias – apenas duas das 13 faixas não são autorais (obras de Osvaldinho da Cuíca e seu Maninho da Cuíca).
“Nos outros trabalhos, nos empenhamos em fazer nossas versões para sambas de compositores conhecidos. O interesse em mostrar as nossas composições aconteceu de forma gradativa, pela necessidade de criar coisas novas. No início, quisemos criar sobre a nossa forma de tocar. Agora é sobre a nossa forma de compor”, explica o percussionista carioca Vítor da Trindade – companheiro da cavaquinista mineira Letícia Coura e do violonista paulista Beto Bianchi.
Segundo o percussionista, foi justamente as diferentes origens dos integrantes a motivação para fazer um samba inclassificável. “São três pontos de vista diferentes. Temos influências do rock, do teatro, da cultura afro, do samba de roda e várias outras. Isso tudo nos levou a uma linguagem um pouco underground do samba. É bem complicado colocar um rótulo no que fazemos”, avalia.
Show do Revista do Samba no CentoeQuatro (Praça Ruy Barbosa, 104, Centro). Nesta quinta-feira (7), às 21h. Entrada: R$ 20.