Rock dos anos 80 norteia "Animal Nacional", do Vespas Mandarinas

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
29/04/2013 às 11:17.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:15

Se um desavisado não souber nada sobre o Vespas Mandarinas, poderá acreditar que o primeiro álbum do grupo, "Animal Nacional", foi criado na década de 80. Quem o ouve o disco recém-lançado pela Deck percebe totalmente a influência da turma que fez a diferença na cena roqueira da época – como Legião Urbana, Ira! Titãs e Barão Vermelho.

"É isso que eu e o Thadeu (Meneghini) escutávamos. Acabamos colocando para fora sem nostalgia. É também o tipo de rock que achamos que falta hoje em dia. Somos uma banda de rock sem vergonha se ser pop", afirma o guitarrista Chuck Hipolitho, que ficou famoso ao comandar a banda Forgotten Boys e diretor de programas da MTV. "Queríamos um disco direto, que chegasse certeiramente no coração de quem estivesse aberto, e de quem não estivesse também".

Além da sonoridade do rock sem firulas, a banda deixa clara a sua influência por meio de seus parceiros. Arnaldo Antunes é parceiro em "A Prova", enquanto o compositor Bernardo Vilhena dividiu "Santa Sampa". Por sinal, esse músico e compositor foi decisivo para a nomeação do debute do Vespas.

"O título vem de um poema do Vilhena", conta Hipolitho. "Trata-se de um texto reflexivo que olha para o produto interno livre de clichês e sem imagens fantasiosas e nacionalistas. Achamos que se enquadrava na proposta do disco. Fora que é um nome lindo".

Chuck explica ainda que os caminhos (tanto musicais quanto estratégicos) do Vespas são bem distintos dos trilhados pelo Forgotten. "Sempre gostei de música e cultura pop, mas também sempre amei tudo o que vem dos subterrâneos da música. No FB aprendi o que é ir para estrada, que tipos de problemas podem aparecer durante uma carreira, e, também, a ser responsável, profissional e disciplinado", afirma o artista. "Sou um cara muito menos radical hoje em dia, e meu gosto musical passou por uma mudança muito sadia nos últimos anos. E continua mudando".

Em comum entre a nova e a antiga banda é a agenda cheia (veja em http://,www.vespasmandarinas.com.br). "Queremos tocar, tocar e tocar", afirma Hipolitho, esclarecendo que a banda não quer se restringir a um circuito ou a um tipo de público específico. Pode ser aquele do Forgotten Boys (mais jovem, ligado nas bandas de sucesso) como dos freqüentadores das casas alternativas, onde o Vespas tem tocado nos últimos tempos.

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