(Rui Moreira Cia. de Danças)
Rui Moreira já mostrou “Receita” – espetáculo de 2001 – em diversas situações e para públicos distintos. E sempre foi muito bem recebido. “Observo que a duração (30 minutos) e a relação despojada estabelecida com plateia garantem o sucesso”, diz ele, feliz. Neste sábado (21), às 16 horas, o público tem nova oportunidade de conferir a performance, na Praça da Liberdade, no projeto “Arte Solo”.
Na verdade, “Receita” já passou antes pela Praça, à qual Rui é só elogios. “Um espaço urbano que mostra ter absorvido bem o título de corredor cultural. As pessoas que frequentam os espaços culturais (no entorno) ou cuidam da saúde, ou exercitam o famoso footing em volta do coreto, aguardam por atrações ou manifestações artístico-culturais”, diz o dançarino.
“E tenho o orgulho de dizer que foi coreografado e dirigido por Henrique Rodovalho, da companhia Quasar, de Goiânia, um dos mais significativos profissionais do Brasil, com alguma colaboração minha na condição de intérprete criador”. Henrique explicita, em “Receita”, ingredientes e momentos de uma criação coreográfica contemporânea fazendo uma analogia com uma ação cotidiana, a de cozinhar. “De maneira bem humorada, repito uma variação aleatória de movimentos e, em uma das vezes, o faço embalado pela narração do modo de fazer uma guloseima”, descreve Rui.
No primeiro momento, diz ele, o público se sente um pouco “incomodado” pela subjetividade do movimento. “Mas após algumas perguntas, que faço, convido verbalmente as pessoas a seguir a coreografia com um olhar mais direcionado, e, aí, a entrega é total”, festeja.
A guloseima em questão é um bolo xadrez. E ele e Rodovalho, apreciam, de fato, tal sobremesa? “Pergunta interessante... Talvez tenhamos sido influenciados pelos ingredientes que tínhamos no momento. Ou pela minha presença e personalidade que facilmente pode ser identificada como o chocolate e a do Henrique, que pode ser associada à baunilha. Dois elementos que, juntos, podem resultar em verdadeiras guloseimas artísticas. Em ‘Receita’ estamos juntos, mas quem faz a mistura é o público, ao apreciar a coreografia”.