Segundo livro de Andréia Vieira é lançado pela editora DCL

Lady Campos - Hoje em Dia
17/08/2015 às 07:37.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:22
 (Andréia Vieira)

(Andréia Vieira)

Um urso gigante, um brinquedo alucinante e um polvo ajudante são algumas aquisições de Betina. A garotinha, personagem central do segundo livro da artista visual e escritora Andréia Vieira, “Betina Quero-Quero” (editora DCL), adora balbuciar “qué”, “quééé”, quer. Mal aprendeu a pronunciar mã mã mã e pá pa pá e já sabe conjugar muito bem o verbo querer, deixando sua família de cabelo em pé.   O caminho certo da felicidade para a astuta garotinha eram brinquedos, brinquedos e mais brinquedos, devidamente embrulhados, claro. As divertidas ilustrações de Andréia mostram a menina com o olhar de pidona igual ao do personagem Gato de Botas, arrancando graça no mais sério dos leitores.   TODOS OS PRESENTES   Betina não se contenta apenas com os presentes. Promove um arrastão em família. Arranca a boneca dos braços da irmã, puxa a chave do carro do pai, pega o celular e os escarpins da mãe. Nem a coleira do cachorro é poupada. O caso estava ficando sério.   “O meu processo de criação é muito misturado. Geralmente tenho insights e intuições, mas este livro surgiu depois de uma conversa por telefone com uma amiga, a Karen, que me contou que a filhinha Betina estava numa fase terrível de querer tudo o que via pela frente. Desliguei o telefone e comecei a fazer o croqui do livro. As ideias vinham inteiras. Depois fui aprimorando”, contou a autora acrescentando que a Betina do livro é real.   MONOVERBO   A autora brinca que seu livro-imagem pode ser chamado de monoverbo. “Sou contra o consumismo excessivo. A vulnerabilidade da criança diante da mídia me incomoda muito. Elas (crianças) querem o brinquedo do dia”. Andréia cita o documentário “Criança, a alma do negócio”, da produtora Maria Farinha, que apresenta o poder avassalador da mídia na vida dos pequenos. “O polvo, que se torna companheiro de Betina, é uma referência ao poder manipulador da mídia, que infelizmente abraça e envolve a criança”.   Sem pretensão de fazer julgamentos, Andréia escreveu um livro solto, divertido e pontuado por traços de grafite com vermelho digital. “Usei bastante rabisco, essa coisa da mão que traça o gesto. Eu prefiro fazer um trabalho com menos cor porque fica com muita informação. O vermelho conduz o olhar que vai seguindo a menina no livro”.   No jogo do quero-quero de Betina, quem vai ganhar, como diz Andréia, será quem “lembrar quanto vale um abraço apertado; um céu estrelado; bolo de vó quentinho; beijo dado com carinho; brincar sem parar de rir; rir até pensamento sumir! Coisas que não se compram, mas que ainda assim têm mais valor do que todas as outras”.

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