(Paulo Santos/Divulgação)
Aos olhos do mineiro Sérgio Santos, seu disco “Áfrico”, lançado em 2002 e percebido, com o passar do tempo, como uma jóia de nossa música, é um álbum coletivo. “Eu consigo enxergar a interferência de cada músico que participou, não é um trabalho que é só meu”, garante.
Não por acaso, ele traz quase toda a trupe que o acompanhou no CD para celebrar os 15 anos de lançamento, amanhã no Sesc Palladium. Com exceção do pianista André Mehmari, que é substituído por Tiago Costa, Rodolfo Stroeter (contrabaixo), Tutty Moreno (bateria) e Nailor ‘Proveta’ (sopros) sobem ao palco com Santos. Lenine, que divide os vocais de “Nossa Cor” com o mineiro, completa luxuosamente a presença do time original no show. “Quem conhece o disco vai ver no palco o que ouve no CD. É o mesmo grupo que toca, da mesma maneira. É uma música feita de forma livre, sem amarras”, garante.
"ÁFRICO”
Santos lembra que a produção de “Áfrico” não foi das tarefas mais fáceis. “É um disco que fala da influência da cultura africana na cultura brasileira. Musicalmente, meu grande desafio foi tratar desse assunto, tão recorrente na música brasileira sem repetir o que já tinha sido feito. Tive que descobrir uma sonoridade e uma linguagem de composição diferentes”, diz o músico.
Para isso, Santos se reuniu com seus companheiros durante uma semana, antes da gravação. “Ficamos fechados no estúdio pensando em como conseguiríamos tocar esses ritmos. Foi aí que entrou a contribuição de cada um deles”.
A empreitada deu certo. “Áfrico” ganhou relevância nacional – o disco ostenta o prêmio Rival-BR de melhor álbum de 2002– e hoje integra a “Discoteca Básica Brasileira do Século XXI” do Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro. Ótimos motivos para comemorá-lo 15 anos depois.
Serviço: Show Sérgio Santos, amanhã, Às 21h no Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1046 – Centro). Ingressos: de R$ 30 a R$ 50.