Sérgio Utsch mostra filme sobre cultura nordestina

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
22/01/2018 às 15:51.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:53
 (DIVULGAÇÃO)

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TIRADENTES – Com 20 anos de jornalismo, sete deles dedicados à cobertura internacional, Sérgio Utsch prefere dizer que é um contador de histórias. Mesmo em situações difíceis, como guerras, atentados e crise de refugiados, o correspondente mineiro sempre busca abordagens humanas, tentando explicar, como ele mesmo destaca, um pouco das complexidades de uma determinada cultura.

 É com esse olhar do contador de histórias que Utsch se aventurou no cinema, estreando como diretor no curta-metragem “O Menino que Fez m Museu”, um dos destaques da programação de hoje da Mostra de Cinema de Tiradentes. A oportunidade surgiu quando chegou em suas mãos um vídeo de um garoto cearense de 11 anos que criou um museu dedicado ao músico Gonzagão.

 “Pedro Lucas é também um contador de histórias. É ele quem conduz o filme com seu jeito divertido na maneira como narra a história dele, do museu e dos personagens de Dom Quintino, distrito de Crato. Somos apresentados, por exemplo, a Dona Rita, cujo marido escreveu na porta de casa ‘Rita, não ponha as roupas no varal’. Apesar do aviso, ela continua botando as roupas”, registra o jornalista.

 Utsch admite que fez o filme pensando em festivais internacionais, receoso de que a abordagem doce e esperançosa pudesse soar exagerada pelos brasileiros. Em Londres, onde mora atualmente, ele exibiu o filme na embaixada do país, arrancando gargalhadas quando Pedro observa que “americanos e ingleses são a mesma coisa”, após afirmar que “Asa Branca” foi gravada pelos Beatles.

 “O Brasil é muito bombardeado lá fora. Não somos esse inferno todo. Há muitos problemas, mas não dessa forma como os próprios brasileiros pintam o país, sempre se colocando para baixo. Meu filme busca dar uma quebrada nisso”, salienta Utsch, ainda rouco pela brusca mudança de temperatura, saindo de menos um grau centígrado em Londres diretamente para o calor de Tiradentes.

 Ele usa como exemplo o diretor de fotografia inglês Louis Blair, que acompanha o mineiro em muitas reportagens internacionais. “Foi a primeira vez dele no Brasil. Ele saiu do Nepal e foi para o sertão cearense, apaixonando pelas cores e pela recepção das pessoas. A casa em que ficamos era bem simples, sem vaso sanitário, mas fomos tratados como gente da família”, lembra. 

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