Sinal de Fumaça: BH recebe Planet Hemp hoje

Lucas Buzatti
Hoje em Dia - Belo Horizonte
13/11/2017 às 16:34.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:41

Foi na madrugada do dia 10 de novembro de 1997 que o Planet Hemp estampou, de vez, o noticiário nacional. A banda havia sido presa em Brasília, por “apologia às drogas”, logo após um show para sete mil pessoas. Numa época em que o debate sobre a legalização da maconha era torpemente criminalizado no Brasil, o grupo carioca foi alçado ao posto de “bode expiatório” por conta das letras críticas e diretas.
Mas o tiro saiu pela culatra. Depois do ocorrido, o Planet Hemp ganhou ainda mais fãs e se projetou como uma das mais icônicas bandas do rock nacional. Passados 20 anos da prisão, o grupo capitaneado por Marcelo D2 e BNegão segue lotando plateias pelo país desde seu retorno, em 2014. Hoje, é a vez de Belo Horizonte, onde o Planet Hemp se apresenta no Hangar 667, na festa FCK.

Em entrevista ao Hoje em Dia, BNegão relembra o episódio da prisão. “O mais louco é que o juiz que prendeu a banda foi processado anos depois por associação ao tráfico. Ou seja, a gente estava no caminho certo”, afirma, lembrando o afastamento do juiz Vilmar José Barreto Pinheiro, acusado de receber propina de traficantes. “O traficante real não está na favela, está nos helicópteros”, alfineta.

BNegão ressalta que o Planet Hemp segue atual – tanto do ponto de vista sonoro quanto temático. “Quando o Planet voltou, vimos que tínhamos deixado um buraco que não foi preenchido. Não tem outra banda parecida, que mistura rap e hardcore, fala de questões espinhosas e discute política, mas tem apelo do grande público”, reflete, lembrando que a banda acaba de ganhar um filme autobiográfico, intitulado “Legalize Já”. 

“Lembro do Sabotage falando que foi o Planet quem fez a diferença para ele começar a cantar. É música de transformação. Isso me deixa mais honrado”, diz.“O Planet contribuiu minimamente para algumas discussões saírem dos porões”, completa. Sobre o show em BH, BNegão conta que o repertório abarca três discos de estúdio – “Usuário” (1995), “Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára” (1997) e “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça” (2000). “Eu amo BH. É uma das minhas cidades do coração. Me sinto em casa quando estou aí”, finaliza.

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