Site mineiro festivalando completa seis meses e faz parceria com MTV

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
19/01/2015 às 09:45.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:42
 (Daniella Dornas/Divulgação)

(Daniella Dornas/Divulgação)

“Foi tudo à base de lactose, açúcar e chocolate gelados”, brinca Gracielle Fonseca, instada a falar sobre como ela e Priscila Brito tiveram o insight de criar o “Festivalando”, site ancorado no conceito de turismo musical, que traz relatos de viagens em festivais de música pelo mundo. Na verdade, as duas estavam entre amigas em uma sorveteria da capital mineira, conversando sobre a vida, as vontades em comum, os sonhos. “Priscila e eu sempre fomos amantes de música – a Pri um pouco mais aberta a todos os estilos. Amamos shows e festivais. Naquele ano, eu tinha ido ao Rock In Rio e a Pri estava se aprontando para o Lollapalooza”.

O sonho em comum das duas era viajar pelo mundo sendo levadas pelos festivais “e, de alguma forma, poder fazer disso também um trabalho”. “Porque somos um pouco workaholics. Daí a Pri, que já tinha experiência com blogs, falou: ‘Por que não fazemos isso?’. Descobrimos aos poucos que não havia porquê mesmo, para não fazer, e daí começamos a planejar e a chutar os baldes necessários”. Na verdade, a dupla chamou uma outra amiga, a Paula, que, no momento, está dando um tempo por conta da faculdade.

E as expectativas das moças, foram devidamente correspondidas? “Bem, a gente sempre quer mais, obviamente. Mas, sabemos de todas as nossas limitações, desde orçamentárias às de mão de obra mesmo. No entanto, para seis meses e quatro braços, achamos que está muito legal todo o retorno que já recebemos, bem como o crescimento diário dos acessos. O reconhecimento das pessoas queridas, de amigos, novas pessoas entrando em nossas vidas por causa do Festivalando também é fantástico”, resume Gracielle.

Uma espécie de coroamento veio agora, com a parceria firmada com a MTV. “Uma grande chancela quando o assunto é música, tem nos dado um gás bem forte para esse ano que se iniciou”, acrescenta ela. Priscila corrobora: “A expectativa daqui pra frente é fazer o Festivalando chegar a mais leitores e também diversificar destinos. Visitamos cidades e festivais do sudeste do Brasil e da Europa. Seria bom ir a outras regiões do Brasil e a outros continentes”.

A América do Sul é um desejo forte para os próximos meses, frisa Pri. “Além disso, após os festivais europeus no verão, quero ter a experiência dos de inverno lá, o que deve acontecer no fim de 2015 e no início de 2016”. Gracielle, por seu turno, vai atrás dos festivais de metal europeus e outros na Escandinávia.

Bolhas enormes nos pés, além de sono e dor de cabeça

A parceria com a MTV aconteceu um pouco “na cara de pau”. “Entramos em contato e sugerimos na cara dura que o Festivalando deveria se tornar um parceiro do portal porque tinha uma abordagem diferenciada de música e de viagens”, diz Priscila. O conteúdo agradou e veio a parceria, iniciada na primeira semana deste mês.

Vale dizer que, mesmo com as afinidades, as duas mantêm suas identidades. “A gente tem gostos musicais um pouco diferentes”, diz Gracielle, quando indagada sobre a “Meca” dos festivais para cada uma. “A minha, eu já visitei, o Wacken Open Air, o maior festival de metal do mundo. Mas estou me convencendo de que há uma outras...talvez o Hellfest, em Clisson, na França. É um festival que tem ganhado destaque, principalmente por causa da programação, que eu diria ser brilhante”. Já o sonho de Priscila é ir para o Glastonbury, e isso bem antes de o Festivalando existir. “Queria ter ido em 2012, quando viajei para a Inglaterra, mas, por conta das Olimpíadas, não foi realizado naquele ano. Adoro como os ingleses celebram a música pop e queria viver isso de perto”.

E foi na sua “meca”, Wacken, que Gracielle registrou um fato divertido. “Estávamos eu e alguns amigos. Tínhamos combinado de nos encontrar, casos nos perdêssemos, num maldito “cabeção de boi” (tipo um totem, símbolo do festival). Um dos amigos tomou uns goles, foi ao banheiro e não voltou. Eu insistia que deveríamos ir ao cabeção de boi, mas todo mundo achou que ele tinha saído para chapar. O agravante é que estávamos com chave de carro e do hotel, blusa de frio, remédios... Rodei a área do Wacken de cabo a rabo, fiquei com bolhas enormes nos pés, sono e dor de cabeça. Por fim, ao voltar para o carro, encontramos nosso amigo, que não economizou xingamentos, por ninguém ter ido encontrá-lo no cabeção de boi”, ri.

Não bastasse, na Escandinávia, se depararam com um chocolate quente por algo em torno de R$ 40. “Com essa grana, fomos ao supermercado, compramos frango assado, bebida e, ainda, pão e maionese!”, diz Gracielle.

O público é preferencialmente jovem, ‘é gente louca por música e shows’

De acordo com Priscilla, o público do site é predominantemente jovem. “E também o que chamam de ‘adultos jovens’, na casa dos 30 anos, no máximo. É gente louca por música e shows, como a gente, inclusive pessoas que também têm o hábito de viajar para festivais, como nós. Eles são atraídos pelas histórias que contamos e também pelas informações e dicas práticas sobre os eventos. Também tem quem chegue até o site atrás de dicas ou relatos de viagens”. Um dado interessante é que um quarto das visitas vem de outros países. A maioria, da Europa, mas há uma quantidade significativa da América do Sul.

As duas mentoras tentam equilibrar histórias de festivais e turismo

Priscila diz que, no site, as duas equilibram histórias de festivais e de turismo. “No primeiro caso, o post com mais retorno foi o lembrou a apresentação de uma banda de estudantes brasileiros do Ciências Sem Fronteiras no Sziget Festival, em Budapeste, Hungria”. No segundo, um post com um roteiro para a República Tcheca. Há dicas interessantes e menos óbvias para Praga, Kutná Hora e Hradrec Králové. Dicas ajudam a evitar situações como a que passaram no trem noturno Viena–Budapeste junto a um casal. “A gente não sabia que era preciso pagar uma taxa extra mesmo que não fosse passar a noite inteira no trem (eu ia chegar umas 22h em Budapeste e o trem seguia para a Romênia). Quando o fiscal percebeu que a gente não tinha o comprovante da taxa, só a passagem, disse que ia chamar a segurança. O pior: não explicava o porquê. Acabamos pagando, assustados. Depois veio um fiscal mais bonzinho, explicou tudo e disse que se soubesse que a gente era do Brasil, não teria cobrado nada”.

Priscila virou a ‘rainha da dinamarca’ após a empolgação de um grupo local

Depois do Roskilde Festival, Gracielle passou a chamar a Pri de “rainha da Dinamarca”. “Digamos que os dinamarqueses ficaram bem saidinhos para o lado dela (respeitosamente). Então, no meio do Roskilde, um bando de moças e rapazes nos abordou. Empolgados, começaram a cantar uma música que seria um hino pop/tradicional dinamarquês e todos abraçaram de uma vez a Pri. Começaram a dançar com ela e tal. Saquei o celular, para registrar o momento da minha amiga. Mas falar não tem graça, é preciso ver o post com o vídeo para entender o tamanho do constrangimento”, ri ela.
 

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