ÓPERA

Sob direção de Carla Camurati, 'A Flauta Mágica' ganha cara de filme

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
23/09/2022 às 15:42.
Atualizado em 23/09/2022 às 15:47
A soprano Daiana Melo interpreta a Rainha da Noite na próxima montagem operística da FCS (Paulo Lacerda/Divulgação)

A soprano Daiana Melo interpreta a Rainha da Noite na próxima montagem operística da FCS (Paulo Lacerda/Divulgação)

Diretora de “A Flauta Mágica”, que será apresentada neste fim de semana no Grande Teatro do Palácio das Artes, Carla Camurati comemora 25 anos de sua primeira investida na ópera, com “La Serva Padrona”, realizada justamente em Minas Gerais, a convite do Sesi.

“Essa relação com a ópera começou aqui e é muito antiga. Eu não havia nem tido meu filho ainda. Três anos depois voltei aqui para fazer ‘O Barbeiro de Sevilha’ e me tornei presidente do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde fiquei por quase oito anos”, registra.

Carla, que construiu primeiramente uma história na televisão e no cinema como atriz, mais tarde capitaneando a retomada da produção de filmes no país como diretora de “Carlota Joaquina”, lembra que já “tinha um grande amor pela ópera” e que ela se fortaleceu após fazer “La Serva Padrona” em Belo Horizonte.

“Por mais intenso que seja o trabalho, ele é muito prazeroso. Já sou muito apaixonada pelo que faço. Dando ele certo ou errado, a construção de um filme ou de uma ópera é muito gratificante. Me sinto muito honrada por ter tido essa possibilidade na minha vida, sabe? Trabalhar com música é emocionante, porque ela cria dentro de você um processo diferente”, analisa.

“A Flauta Mágica” marca o primeiro contato de Carla com a obra de Mozart, um dos compositores mais importantes da história da música clássica. “É um presente. Poder dirigir esta ópera é maravilhoso, uma obra inovadora. A ária de ‘A Rainha da Noite’ não tem nada semelhante no mundo da ópera. (Representa) uma mudança de linguagem, rica de simbolismos”, destaca.

Para ela, Mozart enxergou no libreto de “A Flauta Mágica” um roteiro de cinema, numa época em que a sétima arte ainda não havia sido inventada. “É muito interessante ver a agilidade como as coisas acontecem, como ele muda os espaços, sabe? Eu busquei fazer um túnel para que a gente entrasse nessa história e fosse levado. O cinema tem essa potência, né?”, assinala Carla, que evitou dar um “carimbo personalista desnecessário” à adaptação.

Com regência do maestro titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Silvio Viegas, a ópera acompanha a trajetória do príncipe Tamino, que com o auxílio de sua flauta mágica, enfrenta desafios na tentativa de salvar a princesa Pamina, filha da Rainha da Noite, mantida prisioneira por Sarastro.

SERVIÇOAs apresentações acontecerão no sábado (24), às 20h, e domingo (25), às 18h, no Grande Teatro do Palácio das Artes. Ingressos a R$ 60, no site da Eventim ou nas bilheterias do teatro

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