SÃO PAULO - O cantor Sting foi alvo de críticas no Uruguai por dar apoio à legalização da maconha no país, aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados. Ele é acusado pela oposição do país sul-americano de querer usar o país como laboratório para uma das entidades a que é filiado.
O projeto, que ainda passará pelo Senado uruguaio, recebeu forte apoio da Drug Policy Alliance, influente organização sediada nos Estados Unidos. A entidade defende a legalização das drogas baseada em aspectos legais, de saúde pública e de combate ao crime.
Além de Sting, a Drug Policy Alliance tem como principais membros o magnata britânico Richard Branson, a editora-chefe do "Huffington Post", Ariana Huffington, e George Shultz, ex-secretário de Estado americano no governo Ronald Reagan.Como membro honorário, o cantor defende a reforma na política antidrogas, de modo a usar a verba gasta para superar problemas como a pobreza e o aquecimento global. Em fevereiro, a líder da entidade para as Américas, Hannah Hetzer, foi a Montevidéu para dar apoio à campanha dos ativistas locais.
No exterior, o apoio veio por meio de propagandas nos Estados Unidos e na internet sobre o projeto. A campanha, porém, foi encarada pela oposição como uma interferência indevida e um apoio político ao presidente José Mujica, que deu seu apoio à lei.
Para o deputado opositor Gerardo Amarilla, do Partido Liberal, a medida não seria aprovada sem o apoio da entidade, a quem acusou de querer impor "o imperialismo cultural" e de usar o país sul-americano como laboratório.
"Eles não podem se meter no Uruguai. Eles deveriam fazer lobby no seu próprio país porque eles não vão sofrer os problemas de segurança e saúde. Eles estão completamente fora de contexto. Esse é um teste que não vai dar certo e prejudicar uma geração inteira", disse o deputado opositor Gerardo Amarilla.