"Terças Poéticas" homenageia literatura brasileira e "hermana"

Elemara Duarte - Hoje em Dia
18/03/2014 às 07:54.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:41
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

Dois poetas brasileiros, um diplomata e um ídolo argentino dos versos e muita poesia para degustar. Este é o clima da segunda edição da temporada 1024 do “Terças Poéticas”, nesta terça-feira (18), às 19 horas. O evento continua a comemorar os dez anos de atuação, mas, agora, os encontros acontecem na Casa Una de Cultura (rua Aimorés, 1451, Lourdes). Gratuito.

O escritor mineiro Tácito Naves Sanglard lerá poemas do seu mais recente livro “Drica” (Anome Livros), o poeta e ator carioca Eduardo Tornaghi lançará, em BH, o livro escrito “em família”, intitulado “Matéria de Rascunho” (edição independente), e o diplomata argentino Ramón Villagra Delgado fará homenagem ao poeta argentino Enrique Banchs (1888- 1968), considerado “o poeta dos poetas” na Argentina.

Poeta da praia

“Eduardo é um declamador maravilhoso”, elogia Sanglard, ao colega carioca. Tornaghi é o “dono da bola” no evento “Pelada Poética no Leme”, na orla carioca, outra resistente iniciativa em nome da poesia no Brasil, a exemplo do “Terças”.

No YouTube, Tornaghi mantém centenas de vídeos com declamações de poemas seus e de vários poetas de todo globo. “Matéria de Rascunho” é o primeiro livro do artista, hoje com 62 anos. “O máximo que nos ensinam é para ler um manual de máquinas”, lamenta.

Assim, lendo poesia “para elevar o espírito” é que Tornaghi vive e trabalha, desde que deixou a TV, nos anos 1980, onde trabalhou em várias novelas. Mas a apresentação de Tornaghi nada tem de vaidosa. “Faço isso não é para dizer: ‘Olha, como eu falo bem”. Assim, fica chato. Dividir esta arte com os outros é que é o barato”, finaliza ele.

O escritor Tácito Naves Sanglard também divide a sua poesia nesta terça-feira (18). Ele mostra textos do seu sétimo livro. “Quase um diário de poesia”, descreve ele. “Drica”, explica, é a personificação do amor. “Pode nascer e renascer nas pessoas”, avisa.

Mas quem parece que nunca morreu aos olhos dos argentinos é o poeta Enrique Banchs. O autor escreveu apenas quatro livros e apenas até os 23 anos. Depois enveredou para o jornalismo sem permitir, inclusive, que os livros preciosos fossem reeditados. “Ele mereceu um poema de Borges (Jorge Luis Borges, 1899-1986). É um poeta modernista, mas escrevia sonetos que influenciaram uma geração”, reconhece Ramón Villagra Delgado.
 

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