(THELMA INNECCO/DIVULGAÇÃO)
Na exposição “Uns sobre os outros: história como corpo coletivo” o barro é usado para refletir a humanidade e também um ato de resistência. Com obras da artista plástica Thelma Innecco e curadoria de Ana Emília Lobo, a mostra entra em cartaz na Funarte-MG nesta sexta-feira (24) e fica até 23 de outubro. A entrada é gratuita.
“Uns sobre os outros: história como corpo coletivo” foi selecionada pelo Prêmio Funarte Artes Visuais 2020/2021- O diálogo entre o patrimônio histórico da cidade do Rio de Janeiro e o brasileiro presente nas artes visuais, na arquitetura e nos espaços urbanos.
De acordo com a curadora, a exposição pressupõe uma dicotomia. “Dispara uma reflexão sobre a serialização de corpos e subjetividades, mas também mostra o que dos outros nos habita”, ressalta. A exposição será inaugurada em Belo Horizonte e segue para o Rio de Janeiro, onde ficará em cartaz de 20 dezembro a 20 janeiro na Casa França Brasil.
Thelma Innecco conta que a primeira obra da série Uns Sobre os Outros foi “Empilhadinhos” e que seu significado representa bem a exposição como um todo. “A peça Empilhadinhos mostra múltiplos corpos, horizontais, empilhados uns sobre os outros e essa série reflete as desigualdades, fragilidades e desamparos humanos e expõem as nossas próprias faltas, num tema aberto às diversas interpretações, já que correlatos em qualquer cidade do mundo. Um ato de resistência e de preservação de memória representado pela delicadeza das esculturas que arrebatam nossos afetos”, explica.
A curadora organizou a mostra em três ambientes e explica que “a exposição da artista Thelma Innecco apresenta o ser humano em episódios da memória coletiva, tecendo comentários estéticos sobre as relações humanas, através de movimentos transversais ao tempo histórico”.
Ao ser introduzido à exposição, o público encontra uma série de esculturas em cerâmica de corpos múltiplos, os quais instalam manobras de questionamento sobre as relações humanas a partir das dessemelhanças. “Afetos calorosos – coletivos e individuais – comungam do espaço com corpos serializados, eximidos de particularidades. Tal associação nos aproxima uns dos outros, nos faz recordar memórias íntimas, resgatando em nós o sentido de uma humanidade em curso”, revela a curadora.
Em uma das salas, é apresentado um curta-metragem realizado em colaboração entre Thelma Innecco e a cineasta Caren Moy. O filme propõe um diálogo de esculturas com vários documentos e arquivos históricos, fazendo uma escavação das memórias de resistência.
Em um terceiro espaço, o público é convidado à participação. Conduzidos por monitores, os visitantes poderão criar suas próprias esculturas humanas para integrar a mostra.
Artes Maria Teresa Vieira, no Rio de Janeiro, onde nasceu. Em um celeiro interessante e efervescente das artes, sua escolha foi o barro e, a partir dele, criou inúmeras obras e fez diversas exposições, uma individual e várias coletivas.