Três paulistas invadem o Circuito Literário

Elemara Duarte
14/11/2014 às 20:47.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:01
 (Leo Lara/ Divulgação )

(Leo Lara/ Divulgação )

"A literatura é o resumo da vida", filosofa o escritor João Anzanello Carrascoza, um dos bem-vindos "invasores" do Circuito Literário Praça da Liberdade, que esteve no Teatro da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, na noite desta sexta-feira (14), ao lado das escritoras Noemi Jaffe e Elvira Vigna. O trio de literatos paulistas debate sobre "Literatura e Experiência". O evento gratuito na Praça mais cultural da capital mineira segue até domingo.
  Experiência parece que sempre será fonte de inspiração para Carrascoza. Aos 52 anos e já tendo guardado na estante prêmios do calibre do Jabuti, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e da Fundação Biblioteca Nacional na estante, o escritor acaba de participar de mais uma disputa literária.    Carrascoza foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura com o livro "Aos 7 e aos 40" (Cosac Naify). "Mesmo não ganhando, fiquei contente. Tinham muitos autores bons. Era uma categoria difícil", pondera. O escritor comentou ainda que o livro foi adotado para exame de vestibular do Cefet-MG, para o ano que vem.    "Aos 7 e aos 40" foi o primeiro romance de Carrascoza. Considerado um dos maiores contistas brasileiros da atualidade, no livro ele apresenta o cotidiano da vida do protagonista em dois momentos distintos: aos 7 e aos 40 anos. O texto mostra o construir da experiência humana com delicadeza e atenção aos pequenos atos da rotina que transformam destinos.   Outro fruto desse olhar que fisga a atuação do tempo em tudo e em todos é o mais recente livro de Carrascoza: "Caderno de Um Ausente", pela mesma editora do anterior. O livro mostra a angústia de um homem que foi pai depois dos 50 anos.    Esta angústia é mesclada com alegria e vem do fato de ele não acredita que vai viver muito tempo para acompanhar o crescimento da filha. O texto em primeira pessoa traz o fôlego de um discurso oral, daí, a ideia que ele ventila: "Adoraria que virasse um monólogo".   Para o ano que vem, de volta ao conto - a sua "praia" de origem - Carrascoza prepara dois livros. Um deles, ele define como sendo formado por "microcontos". "São contos de uma linha. É como se fosse um haicai do conto", indica, sobre este cúmulo da objetividade literária ao qual se dedica.   Chacal em três tempos   Neste sábado (15), um dos momentos mais aguardados entre os debates, oficinas e aulas abertas da programação será a presença do escritor, letrista, ator e performer Chacal. O ícone da Poesia Marginal vai participar de três saraus.    O primeiro, às 11h, no Auditório Memorial Minas Gerais Vale, e o segundo, às 13h, no mesmo local. Às 20h30, na Praça da Liberdade, no Espaço Sarau, o carioca volta a mostrar seus 40 anos de poesia, mas como convidado dos integrantes do grupo mineiro Sarau Goma. Tudo "free".

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