(Divulgação)
As cortinas da 41ª edição da Campanha de Popularização do Teatro e Dança vão se fechar no fim de semana. E mesmo com a previsão de público inferior ao do ano passado, a coordenação acredita que conseguiu cumprir a “missão” de levar o teatro com preços populares a muita gente. Para 2016, a previsão é a de que a iniciativa chegue, novamente, a Ipatinga e Araxá, uma das novidades deste ano.
Outro objetivo é o da formação de público. Um exemplo é a supervisora contábil Rosane Ferreira, de 27 anos. Ela nasceu em Caeté e, na adolescência, mudou-se para Belo Horizonte para estudar, onde assistiu a uma montagem teatral pela primeira vez na vida. E foi durante uma das temporadas da campanha.
Só em 2015, ela assistiu a dez peças. Todas depois de deixar o trabalho, no meio da semana, acompanhada das amigas, que também saem do escritório e vão direto para o teatro. As comédias que estão presentes em grande parte da programação são as preferidas de Rosane.
Neste fim de semana, a “fã número um” da campanha ainda quer assistir “Divas no Divã”, no Teatro Santo Agostinho (rua Aimorés, 2.679, Santo Agostinho). Na montagem, a personagem central muda a própria vida a partir de uma divertida sessão de terapia.
“Em vez de ir ao cinema, vou ao teatro. É mais interativo. Faço dança na Comunidade Católica Shalom e, no teatro, vejo as posições de cena e aprendo como se dá a interação dos atores com o público”.
Não é à toa que o espetáculo preferido de Rosane na temporada atual foi a dança: “Notório” e “Tradicional”, do Ballet Jovem do Palácio das Artes.
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Sem crise
“O público está dentro das perspectivas que tínhamos no fim do ano, em virtude do aumento de preços no país e do cenário político”, avalia o coordenador da campanha, Rômulo Duque.
Até segunda-feira passada, o balanço parcial do evento, que começou em 6 de janeiro, apontou que foram vendidos 240 mil ingressos nos postos, para 161 peças – sem contar a venda nas bilheterias e nas cidades do interior como Juiz de Fora, Betim e Itabirito. Em 2014, a campanha fechou o caixa com a venda de 365 mil ingressos, mas para menos espetáculos, cerca de 140.
“Além disso, foi um mês atípico para a época, com poucas chuvas e muito calor. Isso fez com que as pessoas tivessem opção de ir para a praia, sítios”, considera Duque sobre um dos motivos para a queda do público.
O aumento do preço do ingresso também é apontado pelo coordenador como item que afastou os pagantes. O mais caro passou de R$ 12, em 2014, para R$ 15, neste ano.
Para o designer Fabrício Freitas, o impacto no valor do ingresso não pesou. Desta vez, Freitas diz que foi a duas peças, porém, em edições passadas, viu pelo menos cinco. “Nas outras, eu estava de férias, tinha mais tempo”.
A peça preferida dele nesta temporada foi “Aqueles Dois”, da Cia. Luna Lunera. “É uma adaptação a partir do texto do escritor Caio Fernando Abreu. Gosto das peças que fazem pensar”, lembra, sobre a montagem que já saiu de cartaz.