Um jardim colorido, lúdico... e comestível

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
21/09/2014 às 13:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:17
 (Sara Não Tem Nome/Divulgação)

(Sara Não Tem Nome/Divulgação)

Cumpre dizer que a ideia não foi pensada tendo a estação mais florida do ano como inspiração, norte. Mas a verdade é que resultou em um jardim tão inusitado quanto lúdico e – principalmente – colorido. Não bastasse, comestível. Foi dentro da programação da 46ª edição do Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que as artistas plásticas Sara Não Tem Nome e Jeannie Helleny prepararam uma intervenção que gerou um barulhinho bom pela cidade: a “Plantação de Algodão Doce”.    “Eu e a Sara já nos conhecíamos, mas a gente dialogava mais à distancia”, conta Jeannie. “Então, resolvemos fazer um trabalho em conjunto e desde o início, pensamos em trabalhar com a ideia de uma instalação comestível, que criasse um desenho no espaço. Logo pensamos no algodão-doce, que, por conta do colorido, remete a memórias infantis, a coisas lúdicas. O aspecto comestível foi pensado por conta do clima do festival, de dialogar com a proposta”, diz a artista, de apenas 23 anos.   Por “clima”, Jeannie refere-se ao fato de o evento estar, nesta edição, retornando a Belo Horizonte. De pronto, as duas resolveram instalar o singular jardim em um ponto um tanto quanto escondido do Campus Pampulha. “O objetivo foi encontrar uma espécie de trilha, dentro da proposta de criar caminhos alternativo, criar outras perspectivas de espaço”, diz a moça, que conta ter ficado surpresa com a boa receptividade.   “Por lá também havia uma trilha para ciclistas, que acabaram descobrindo a plantação – e comendo os algodões doces”. Dispensável dizer que as crianças que acorreram ao local também se refestelaram.   “Foi um clima muito gostoso, estavam acontecendo shows, tudo ao mesmo tempo”, rememora. Não por outro motivo, Sara Não Tem Nome e Jeannie resolveram registrar a experiência para um desdobramento sobre o qual, aliás, já começaram a se debruçar. “Como a gente também trabalha com videoarte, filmamos os algodões-doce para essa finalidade, um pequeno curta-metragem”.    As duas ainda não bateram o martelo quanto à conclusão desta empreitada e mesmo sobre uma eventual repetição da intervenção feita no Festival de Inverno, mas a ideia não está, de modo algum, descartada.    “Se surgir um momento que dialogue com a nossa proposta, pode ser sim, interessante”, aventa Jeannie. Enquanto isso não acontece, as duas seguem se dedicando aos trabalhos, por assim dizer, “solo”. Jeannie Helleny – que nasceu na cidade de Governador Valadares, mas fincou raízes na capital mineira há quatro anos – atualmente cursa Artes Visuais na UFMG. Seu espectro de trabalho abarca não só as instalações, como trabalhos que têm como suporte a fotografia, e o desenho. “Atualmente, estou escrevendo sobre livros impalpáveis. Estou me dedicando mais a pesquisas”.    Mostras reverenciam ‘estação mais florida’   Para balizar o início da primavera e o dia da árvore, a Fundação Municipal de Cultura recebe a exposição “Parques Oeste”, no Centro Cultural Salgado Filho, e “Com-versando com a Natureza”, no Vila Fátima. As mostras são gratuitas e destacam a riqueza da flora e fauna brasileira.   “Parques Oeste” revela, a partir de fotos registradas pela bióloga Edanise Reis, a beleza exuberante de pássaros e flores que habitam cada um dos parques dessa região de Belo Horizonte. As paisagens dos parques Bandeirante Silvia Ortiz, Aggeo Pio Sobrinho, Halley Alves Bessa, Vila Pantanal, Conjunto Estrela Dalva e Jacques Cousteau – que compõem um acervo de rara beleza natural preservada – estão retratados na exposição, que também mostra, aos visitantes, a importância de se conviver em harmonia com o meio ambiente. Além de bióloga que tem a fotografia como hobby, Edanise Reis é Chefe de Departamento dos Parques Oeste.   Já a exposição “Com-versando com a Natureza” leva ao Centro Cultural Vila Fátima 13 telas de pintura a óleo de Maria José Gonçalvez Milard. As pinturas retratam o cuidado com a natureza, tendo como propósito fazer com que os olhos dos visitantes se voltem aos detalhes que revelam a fragilidade e importância da natureza na vida do ser humano. Maria José Gonçalvez Milard é autodidata e seu trabalho ocupa, este mês, o espaço reservado para a exposição de artistas que vivem no entorno do Centro Cultural. Natural de Teófilo Otoni e amante da poesia, a artista desenha desde pequena, utilizando como pano de fundo poemas e poesias com imagens inspiradas pelas palavras.    Exposição “Parques Oeste” – Até o dia 30. Visitação de segunda-feira, das 9h às 18h; terça-feira, das 9h às 19h30, e de quarta a sexta-feira, das 9h às 18h.   No Centro Cultura Salgado Filho (rua São Miguel Arcanjo, 215, Vila Nossa Senhora de Fátima – Informações: 3277–9625). Exposição “Com-versando com a Natureza”. Até dia 28, de terça a sexta-feira, das 9h às 18h, e sábados, das 9h às 13h. No Centro Cultural Vila Fátima (rua Nova Ponte, 22, Salgado Filho    Informações: 3277-8193)

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