(Marcelo Correia)
A cantora Olivia Hime acaba de completar 35 anos de carreira e colocou no mercado uma coletânea de duetos feitos desde 1982, “Olivia e Amigos”. Mas a artista, que também é sócia-proprietária da gravadora Biscoito Fino, diz que não é a favor das várias coletâneas que a indústria fonográfica cria a toda hora.
Isso não é contraditório? “Não gosto de compilação, não é algo que eu faça na gravadora. Ela só faz sentido quando traz informação e é feita pelo próprio artista, que é o caso. Quando se pega músicas aleatoriamente, se esquece dos conceitos que envolvem o trabalho”, afirma a artista.
Ela viu que havia um sentido em reunir 11 músicas de várias épocas em um mesmo disco após observar atentamente sua história. “Quando fui examinar essas parcerias, vi que fazia sentido, porque contavam a minha trajetória como cantora, é algo que contextualiza meu trabalho”, diz Olivia, contando que gosta de realizar projetos com conceitos bem fechados, como “A Música em Pessoa” (a partir de poemas de Fernando Pessoa, lançado em 1985) e “Olívia Hime canta Chiquinha Gonzaga” (1998).
Por sinal, os registros compilados em “Olivia e Amigos” vão até 2007, ano em que lançou “Palavras de Guerra”, baseado em composições de Ruy Guerra (sim, o cineasta, que foi parceiro de Chico Buarque em “Bárbara”, música que está aqui presente com participação de Olivia Byington).
GENTE BOA
O disco conta com participações de Edu Lobo, Chico Buarque, Lenine, Milton Nascimento, Dory Caymmi, Djavan, Sergio Santos, Nilze Carvalho e o marido Francis Hime. O encarte tem letras e ficha técnica de cada música, respeitando aquelas pessoas que gostam de comprar CDs.
É justamente esse respeito que faz com que a gravadora se mantenha no mercado desde 2000. “O desafio é constante, estamos nos adaptando a um novo formato. Temos que acompanhar as mudanças de maneira que seja interessante para todo mundo, especialmente os artistas”, explica.