Um ponto de vista especial sobre o clássico ‘Hamlet’

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
17/05/2014 às 08:15.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:37
 (Lucie Jjansch/divulgação)

(Lucie Jjansch/divulgação)

Em 1601, William Shakespeare terminou o texto de “Hamlet” e o mundo ganhou uma obra de profunda riqueza sobre política e complexas questões interpessoais. Mais de quatro séculos depois, a tradicional companhia alemã Berliner Ensemble decidiu trazer justamente o clássico inglês para o Festival Internacional de Teatro & Rua (FIT), com duas apresentações no Grande Teatro do Palácio das Artes.    Mas o que brasileiros poderiam conferir de diferente em relação a um texto já bastante conhecido, especialmente em uma montagem em alemão? “Desde o início, tentamos ficar longe do Hamlet pensador, cético, o jovem imóvel como ele foi tão interpretado anteriormente. Preferimos o Hamlet raivoso, indignado, inquieto, oprimido. Por isso, a nossa versão é bastante física e as imagens que o diretor Leander Haußmann criou expressam muitas coisas além das palavras”, afirma o ator Christopher Nell, que interpreta o príncipe dinamarquês na montagem do Berliner Ensemble desde o ano passado.   Para ele, “Hamlet” é uma peça que merece ser levada aos palcos a qualquer momento. “A história do príncipe Hamlet reúne alguns dos temas mais atemporais, como um choque de gerações, a perda de um pai, a relação entre mãe e filho, a vingança, a política, o amor jovem, a consciência”, afirma Nell. “Alguém disse ‘você não interpreta Hamlet, é Hamlet que interpreta você. Eu não concordo plenamente, mas há alguma verdade nisso. Hamlet é uma fórmula que pode ser levada a qualquer geração, em qualquer momento”.    O ator garante que o belo-horizontino encontrará um ponto de vista especial sobre o clássico. “Haußmann é um diretor com uma enorme e maravilhosa fantasia, mas também com uma forte conexão com a despretensiosa realidade. Eu diria que o público pode esperar imagens expressivas e teatrais que são quebradas em situações muito realistas, para depois voltarem à fantasia. É um jogo radicalmente lúdico em relação à história e nossa própria realidade”.    A presença da Berliner Ensemble no FIT se deve a uma parceria entre a Prefeitura de BH e o Consulado da Alemanha, para o encerramento do Ano da Alemanha no Brasil – que conta ainda com a apresentação do Balé Jovem da Alemanha na segunda-feira.   “Hamlet” no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537). Neste sábado (17), às 20h, e neste domingo (18), às 19h. R$ 20 e R$ 10 no www.fitbh.com.br e no posto da Belotur do Mercado das Flores.

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