(Reprodução do livro)
Nem precisa o quarto estar escuro ou a imagem de um estranho povoar a nossa mente para o medo tomar conta. Às vezes, sentimentos ruins e muitas preocupações podem deflagrar a tal inquietação também chamada de temor. Foi o que aconteceu com Rita, uma garota cheia de personalidade e que depois que completou 10 anos passou a cultivar medos, tanto imaginários quanto reais.
Personagem central do livro “Rita Tem Medo”, de Christian David, (Abacatte editorial), a garota passou a ter medo de tudo e esboçava preocupação logo que alguém saía de casa. “E se você for atravessar a rua e um carro não conseguir frear?” . O tal medo batia, principalmente, quando o personagem das tragédias (exploradas à exaustão nos noticiários) era um conhecido, um parente ou ela mesma. “E se a nossa casa for inundada ou pegar fogo?”.
O tal “e se...” passou a ser um problema na vida de Rita, que chegou ao ponto de ter medo de sair de casa. A psicóloga disse que a menina tinha agorafobia (medo de lugares públicos). E Rita protestou: “Agorafobia não! Eu não tenho medo de agora, eu tenho medo do que vai acontecer depois. Se querem dar um nome pro meu medo, tem que ser depoisfobia”. A esperta menina não entendia essa mania de pessoas estudadas botar nome diferente nas coisas simples.
Preocupados, os pais de Rita acharam melhor ela passar um tempo na casa da avó Francelina (vó Lina para a menina), um lugar tranquilo no qual Rita descansaria e aproveitaria as férias escolares do meio do ano. Mas o que ela e você, leitor, sequer imaginam é que na aconchegante casa de vó Lina, pontilhada de tecnologias aqui e acolá, existe um cantinho mágico perfeito para a garota se livrar de seus medos. O lugar, ou melhor o objeto, não é invisível. Fica na biblioteca (antiga garagem da casa) e está pendurado na única parede sem estantes. Comum à primeira vista, faz tic tac e é cheio de engrenagens giratórias.
Adivinhou quem pensou no relógio de pêndulo. É dentro desse labirinto povoado de fantasias e por um gigante chamado “Fulano” que Rita vai viver a maior aventura e ter de volta sua autoconfiança.