Uma versão de 'Macunaíma' para o Brasil atual

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
12/09/2017 às 18:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:31
 (Daniel Moreira/Divulgação)

(Daniel Moreira/Divulgação)

Através de uma das obras mais importantes da literatura brasileira o grupo de teatro de bonecos Pigmalião Escultura que Mexe decidiu discutir a situação social, econômica e política do Brasil.

Em “Macunaíma Gourmet”, espetáculo que estreia amanhã no Teatro Francisco Nunes e celebra os 10 anos do grupo, a trupe referencia a seminal obra de Mário de Andrade colocando em cena tensões raciais, fascismo, machismo e outros “ismos” que nos assombram.

“Trabalhamos com temáticas muito polêmicas, então passamos por um processo de muita discussão. Tivemos cuidado para não depor contra movimentos que admiramos e respeitamos e, também, para fazer a crítica chegar ao lugar certo: os grandes exploradores, as pessoas que estão acabando com o país”, explica Eduardo Félix, diretor do grupo.

Ponto de partida para uma versão atualizada do “herói sem caráter”, a peça se abre para outras apropriações na releitura proposta pela trupe. “Na história original, Macunaíma tem um grande inimigo que quer a todo custo comer sua carne. Levamos essa representação também para o espetáculo.

Transformamos o antropofagismo presente nas próprias produções do Mário de Andrade em um antropofagismo social, com uma imagem de quem come quem, de quem explora quem”, conta o diretor.

Serviço: “Macunaíma Gourmet” comemora 10 anos de Pigmalião Escultura Que Mexe, de amanhã a 24 de setembro e 27 a 30 de setembro, às 20h, no Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, s/n – Centro). Ingressos R$10 (inteira) e R$5 (meia-entrada).

  

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