(Daryan Dornelles/Divulgação)
César Lacerda vive um momento bastante especial da carreira. Mudou-se do Rio de Janeiro para São Paulo há apenas um mês e acaba de lançar o segundo álbum, “Paralelos & Infinitos” (Joia Moderna/Tratore). Assim como no seu debute, “Porquê da Voz” (2013), o trabalho possui músicas de arranjos volumosos, bem apurados e de caminhos que fogem da obviedade, mas a proposta do novo disco é bem diferente da do antecessor.
“‘Paralelos & Infinitos’ é muito diferente por vários motivos e o principal deles é que optei por gravá-lo quase todo sozinho. O processo era feito apenas por mim e Pedro Carneiro (o produtor) no estúdio. Por isso demorei um ano gravando. Mesmo que seja um disco curtinho, de apenas oito músicas, o processo foi bem artesanal”, diz o cantautor nascido em Diamantina e irmão de outros dois destaques da juventude musical do Estado – o compositor erudito Sérgio Rodrigo e a cantora Malvina.
Há ainda uma diferença conceitual relevante entre os dois trabalhos. Em “Porquê da Voz”, ele convidou vários amigos para se mostrar como um cantor e compositor inserido em uma cena plural, apresentando um trabalho mais heterogêneo. Já o segundo álbum possui uma ideia bem amarradinha, tratando exclusivamente sobre amor.
“Para trabalhar a sensação de paixão que o amor causa, sensação de estar extasiado, eu precisava desenvolver a minha própria sensação frente a esse sentimento e, por isso, trabalhei muito sozinho”, diz César.
“Percebi que, se falasse exclusivamente de mim, conseguiria alcançar mais gente. Atualmente, é mais claro que o que há de mais pessoal é também universal. É como quando você posta uma selfie na internet. A imagem é sua, mas de alguma forma ela toca as pessoas”.
São Paulo
O artista vivenciou a infância na cidade natal, passou oito anos em Belo Horizonte e outros oito no Rio de Janeiro. Agora vivencia as novidades da megalópole, com novas possibilidades de trocas artísticas – ele já tem uma ótima aproximação com outros cantautores, como a turma do coletivo 5 a Seco – e de trabalho.
“São Paulo tem uma maior organização em relação ao mercado, há um circuito autoral. Acredito que minha música vai ter uma circulação maior por conta desse mercado que é mais estabilizado. No Rio de Janeiro, há artistas trabalhando para o mercado crescer, isso vem acontecendo, mas ainda está engatinhando”, diz o artista, que já tem datas de shows agendadas para São Paulo e Rio de Janeiro. Para a capital mineira, ele ainda está em fase de negociação.
Para ouvir, acesse o site do cantor http://cesarlacerda.com.