(Divulgação)
Em 1984, o encontro entre Xangai, Geraldo Azevedo, Elomar e Vital Farias mostrou ao Brasil a potência da canção nordestina. O show emblemático no Teatro Castro Alves, em Salvador, rendeu o disco “Cantoria”, que ainda ganhou uma segunda edição, fruto de apresentação no mesmo espaço, em 1988. Três décadas depois, Xangai e Azevedo revivem o repertório marcante dos dois álbuns, dessa vez acompanhados pelo paulista Renato Teixeira. O espetáculo, intitulado “Cantadores”, chega amanhã a Belo Horizonte, onde acontece no Palácio das Artes.
O talento e a espontaneidade dos companheiros de palco o marcaram nos shows dos anos 80, conta Xangai. “[TEXTO]Na época, aquele formato de espetáculo foi especial, diferente do que estava em voga, bandas com bateria, teclado e guitarra. Nós não somos uma banda, somos inteiros”, afirma.
O artista defende que o minimalismo privilegia a escuta no formato “vozes e violões”. “Quando uma música bela se junta a um poema, o que resulta disso é uma beleza ainda maior. Mas a melodia tem uma característica de hipnotizar as pessoas. Por conta disso, muitas vezes, quando escutamos uma música pela primeira vez, ela nos leva para longe e não conseguimos absorver o texto”, reflete. “Já quando a instrumentação é diminuída, fica mais fácil captar a união de letra e música. A melodia não se distancia e a compreensão do todo é atingida”, completa.
Admiração
Quanto à parceria de anos com Geraldo Azevedo, o baiano é só elogios. “Com ele, qualquer pessoa que tenha interesse em evoluir atinge seu objetivo. Ele é uma universidade de música, a gente só aprende. Uma pessoa de generosidade ímpar e capricho grande com a música. Um artista maravilhoso. Eu sou encantado com Geraldinho, assim como sou com Renato, que é um poeta extraordinário”, confessa.
Xangai diz que é a primeira vez que ele, Geraldo e Renato fazem um show juntos. “Há uma expectativa de que essa junção se frutifique em beleza. O show será composto por momentos distintos, nos quais apresentaremos, conjuntamente ou separados, canções de nossos repertórios individuais e também canções uns dos outros”, adianta.
Formação
O músico pondera que outros nomes também estariam aptos a somar no palco – prova do extenso lastro de seu cancioneiro e da obra do parceiro pernambucano. “Renato agrega muito, sem que sintamos falta de outros músicos que já estiveram ao nosso lado. Mas não só ele poderia ocupar a vagar. Existem muitos outros grandes e queridos músicos que poderiam fazer parte da formação deste show, como Almir Sater, Paulinho da Viola, João Bosco, Maciel, Melo, Juraíldes da Cruz e Celso Adolfo”, sublinha, lembrando a formação “mutante” de outros projetos como “O Grande Encontro”.
Sobre trazer o show para BH, Xangai afirma guardar relação afetiva com a cidade. “Além de já ter me apresentado nos principais teatros da cidade, já cantei no Mercado Central. E sempre fui muito bem recebido pelos meus irmãos de Minas”, diz. “Quando se trata do Palácio das Artes, a emoção é ainda maior. É um lugar com uma acústica incrível, um dos palcos mais importantes do Brasil. Será uma grande celebração”.
Serviço“Cantadores” – Xangai, Geraldo Azevedo e Renato Teixeira. Amanhã, às 21h, no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537 – Centro) . Os ingressos custam entre R$ 70 e R$ 180.
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