Zaz: os ingressos estão esgotados, mas vale a pena ouvir essa moça

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
19/03/2014 às 07:30.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:42
 (Divulgação)

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Com o perdão do uso de uma palavra estrangeira, “désolée”. Estão esgotados, os ingressos para a única apresentação da cantora francesa Zaz na capital mineira – o show acontece logo mais, no Grande Teatro do Sesc Palladium. O consolo? Contentar-se com a audição do recente (e ótimo) “Recto/Verso”, segundo álbum de carreira de Isabelle Geoffroy, 33 anos, a Zaz. Ou em assistir à série de performances e entrevistas da descolada mocinha disponíveis no YouTube. Foi nelas, por exemplo, que a reportagem tomou conhecimento do significado de um nome que faz brilhar os olhos da francesa: Colibri.

Em entrevista ao Hoje em Dia, Zaz falou um pouco mais de sua ligação com a associação. “Sim, faço muitas coisas com a associação. O dinheiro vindo dos direitos autorais de algumas músicas, por exemplo, vai diretamente a eles. E organizei um festival com eles, a fim de mostrar que um mundo diferente é possível, com o desenvolvimento de um sistema educacional diferente, um modelo de agricultura diverso (do vigente), uma economia menos capitalista...”, aventa ela, que se mostra bastante politizada e consciente.

Não por outro motivo, o “Festival Colibri” volta à baila quando a pergunta refere-se a seus projetos para 2014. “Mas não somente. Também um novo disco, com covers de antigas canções sobre Paris e – claro – muitos concertos”, diz, caprichando na ênfase deste último plano.

Cumpre dizer que Colibri é o nome dado à associação que inicialmente se tornou conhecida como Movimento Para a Terra e o Humanismo. O nome vem da lenda, famosa também aqui, no Brasil, do passarinho que, ante um imenso incêndio na floresta, leva algumas gotas d’água em seu bico, enquanto os demais animais estão apenas olhando, aterrorizados. Mesmo sabendo que não vai debelar as chamas, o colibri está cônscio de fazer a sua parte.

Nascida na cidade de Tours, ela foi para Paris decidida a ser cantora

Essa é a primeira vez que Zaz vem ao Brasil. As expectativas? “São muitas. Conhecer um novo país, uma outra cultura que me parece ser maravilhosa e cheia de vida...”.

Uma pergunta se faz inevitável: ela já conhece alguma coisa da cultura patropi? “Gilberto Gil, Bebel Gilberto, Criolo, Tulipa (Ruiz) … Alguns artistas… Conheço algumas pequenas coisas, mas estou aqui não apenas para fazer shows. Também para conhecer a cultura do Brasil um pouco melhor”.

Zaz tem shows também marcados no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Antes de seguir em frente, vale a pena dar uma espiada no currículo da moça: Zaz nasceu em Tours, na França, de onde saiu para morar em Paris, em 2006, decidida a ser cantora. Por lá, cantou em cabarés e nas ruas da capital por um ano, até que o anúncio de uma gravadora teria mudado a sua vida.

O compositor Kerredine Soltani procurava uma jovem para interpretar canções de jazz, e Zaz se enquadrava perfeitamente no perfil. No mesmo período, conheceu o cantor francês Raphaël que, seduzido pela sua voz, escreveu três das 11 canções do primeiro álbum: “Éblouie par la nuit”, “Port Coton” e “La Fée”.

A reportagem lembrou a Zaz que, em uma entrevista, ela própria usou a palavra “fou” (“louco”) para definir o fato de sua música estar ecoando em todo o mundo. E pergunta a que ela credita esse fenômeno. “Muito trabalho, seguir sendo a mesmo e ir em frente”, diz, dando sua receita.
 

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