Zeca Pagodinho celebra 30 anos de carreira com show em BH

Duas vezes por ano, geralmente antes do almoço, ele abre o armário da sala e pega uma cachacinha. "Faço igual meu pai fazia. Antes da comida e apenas duas vezes por ano. Cachaça, pra mim, é assim", revela Zeca Pagodinho, um dos artistas mais conhecidos do país e expert em outra bebida. Esse malandro de Xerém, bairro localizado na cidade de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, é a atração de sábado (24), no Chevrolet Hall.

"Sempre sou muito bem recebido em Minas. E adoro as mineiras", diz ele, que chega acompanhado da banda Muleke para apresentar cerca de 25 canções. A maioria dos sambas vem de seu último álbum, "Vida que Segue", que celebra os 30 anos de carreira de Zeca Pagodinho. O repertório do disco mostra que o sambista fez questão de comemorar as três décadas em grande estilo. Lá estão algumas pérolas consagradas pelo público há tempos: "O Sol Nascerá" (Cartola e Elton Medeiros), "Diz que Fui por Aí" (Zé Keti e Hortênsio Rocha), "Aquarela Brasileira" (Silas de Oliveira), "Pimenta no Vatapá" (João Nogueira e Cláudio Jorge) e por aí vai.

Os sucessos de toda uma vida também não serão esquecidos no show deste sábado. "Judia de Mim", "Brincadeira Tem Hora", "Caviar" e "Deixa a Vida Me Levar", entre diversos outros hits do sambista, irão marcar presença.

O moço Jessé, que vivia nas rodas de samba de Del Castilho, logo foi apelidado de Zeca e, por causa da Ala do Pagodinho – famosa no bairro boêmio – acabou saindo de lá com nome e sobrenome. "Um sujeito cismou em ligar a ala à minha pessoa e foi um tal de pagodinho pra lá, pagodinho pra cá, e acabou pegando".

Sobre as figuras que fazem parte destes 30 anos de sucesso, ele não tem dúvida. "Sou grato aos que me ajudaram e é sempre bom lembrar dos amigos. A Beth (Carvalho) me chamou para tocar, me apresentou, gravou música minha e isso não dá pra gente esquecer", relembra. E é essa história de um percurso bem vivido – e bem bebido! – que será contada no sábado para os mineiros.