(Divulgação)
Nunca é menos que uma honra receber Bibi Ferreira. A grande atriz, cantora e diretora de espetáculos de teatro, shows de música e ópera, autêntico monstro sagrado da cena artística e cultural do Brasil, nos visita novamente: vem para apresenta seu espetáculo, “Bibi Ferreira - Histórias e Canções”, no palco mais nobre da cidade, o Grande Teatro do Palácio das Artes. Com a participação especial da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sob a regência do maestro Flávio Mendes, Bibi se apresenta somente neste sábado (23) e domingo (24), sempre a partir das 20 horas. Os ingresso custam entre R$ 120 e R$ 40. Sucesso nas sessões que realizou no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Lisboa, Portugal, o espetáculo traz Bibi cantando canções dos mais amados shows que realizou: Chico Buarque, Noel Rosa, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e trechos de óperas clássicas e textos nacionais. Ainda conta fatos pitorescos, engraçados e importantes da sua carreira. Com a categoria de costume, todo o talento que a identifica. Filha do ator e diretor Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Aída Izquierdo, Bibi nasceu em 1922. Portanto, completa 91 anos em junho. Estreou ainda criança numa peça produzida pelo pai. Nunca mais deixou os palcos ou de estar em torno dele. Como uma lenda. Tamanha é a importância dos trabalhos em que você já se envolveu, as qualidades da sua arte, você já poderia ter parado há muitos anos e ainda assim seria um dos maiores artistas das artes cênicas do Brasil em todos os tempos – espero que compreenda o plural no masculino: é que acho que você transcendeu os gêneros. O que ainda lhe move a criar, a estar em cena aos 90 anos de idade? O amor incondicional pelo meu trabalho! Meu ofício é minha vida, nunca vou parar de trabalhar porque me movimenta, me alimenta, enfim, me dá muito prazer. E sou muito inquieta, há muita coisa que quero fazer ainda. Entre as histórias que você viveu na sua longa carreira – e vc conta algumas no espetáculo –, qual lhe pareceria a melhor de todas, a mais curiosa que alguém poderia experimentar? São tantas histórias, que me trairia a memória escolher uma delas. Além disso, fica como surpresa pra quem for assistir. Ao longo da vida, você se acostumou a conviver e trabalhar com grandes artistas, sobretudo no teatro e na música. Mas ficaria à vontade para citar quais os maiores, os mais talentosos com os quais já esteve frente a frente, inclusive na plateia? Já tive a honra de ter tantos artistas maravilhosos ao meu lado, que seria uma deselegância citar apenas alguns. Mas se há um que sempre foi referência pra mim, este é Procópio Ferreira, meu pai. O que faz com que até hoje você seja uma cantora excepcional e o que prejudica essencialmente a carreira de quem pretende uma carreira musical? Disciplina, muita disciplina! Falar pouco, não falar ao telefone quando vou cantar, dormir bem, não beber. Poupar e respeitar meu instrumento de trabalho, acima de tudo! Considerando o nível dos atores de hoje, você estaria tentada a supor que Procópio, seu pai, um monstro sagrado do teatro em sua época, hoje também pareceria tão grandioso como foi ou a sua maneira de interpretar está ultrapassada? Procópio é um gênio, e os gênios são atemporais. Ele seria quem foi, e teria a importância que teve, em qualquer época. Em algum momento você se arrepende do que fez ou do que deixou de fazer na sua carreira? Jamais! Como você encara a realidade de ser mortal ou a imortalidade que a arte já lhe reserva lhe basta? Não penso nisso. Eu vivo, simplesmente. E fico feliz por ter uma obra que permanecerá muito alem de mim. Como você gostaria de ser lembrada, digamos, daqui a 90 anos? Quero ser lembrada pelo meu trabalho, por meus espetáculos, pelas interpretações, pois tudo isso foi feito sempre com total amor e respeito por mim. Que lhe parece o nível atual do teatro e da música no Brasil? Já foi melhor ou lhe satisfaz como se apresenta? Há muita coisa muita boa sendo feita. O teatro no Brasil vai muito bem, graças a Deus.