"Nosso propósito maior é capacitar para transformar", diz Rosana Aguiar, diretora executiva do instituto e superintendente de ASG do BMG

"A Casa Marina é, em sua essência, um espaço para capacitar e acolher mulheres em situação de vulnerabilidade", diz Rosana Aguiar (Ruan Pablo/ IMFG/ Divulgação)
Criado em dezembro de 2022 pelo Grupo BMG, o Instituto Marina e Flávio Guimarães (IMFG) nasceu para centralizar as ações sociais do conglomerado e ampliar o legado de solidariedade de seus patronos, Marina e Flávio Guimarães. Inspirado na trajetória de ambos, o instituto tem como missão promover oportunidades de educação financeira para um número crescente de pessoas que não costuma ter acesso a qualificação profissional.
Somente em 2024, mais de 48 mil pessoas foram beneficiadas pelos 26 projetos apoiados pelo instituto. O planejamento estratégico da instituição prevê alcançar 100 mil beneficiários até 2030, alinhando ações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O compromisso com a expansão e a sustentabilidade dos projetos reforça a atuação do instituto como agente de transformação social.
Também em 2024, foram investidos R$ 11,5 milhões em projetos sociais, valor 66% superior ao destinado em 2023. Os recursos foram aplicados por meio de verba direta e leis de incentivo fiscal, conforme o Relatório de Sustentabilidade do Banco BMG. À frente da gestão está Rosana Aguiar, diretora executiva do instituto e superintendente de ASG do BMG, profissional com ampla experiência em responsabilidade social e sustentabilidade.
Entre as iniciativas mais recentes, destaca-se a Casa Marina, inaugurada em outubro em Ribeirão das Neves, na Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo, obra do Sistema Divina Providência. O espaço oferece capacitação profissional e atendimento psicossocial a mulheres em situação de vulnerabilidade, promovendo autonomia e independência econômica.
Nesta entrevista ao Hoje em Dia, Rosana Aguiar, que é formada em comunicação social, tem MBA pela Fundação Getúlio Vargas e especialização em Corporate Communications pela Syracuse University, de Nova York (EUA), fala dos quatro pilares do IMFG – construir futuros, com projetos voltados para crianças e adolescentes; trilhar caminhos, iniciativas para jovens e público 50+ para o mercado de trabalho; semear esperança, com investimento em entidades filantrópicas; e multiplicar ações, que é o papel do voluntariado – e muito mais
Qual a relação do Instituto Marina e Flávio Guimarães com o Banco BMG?
O BMG atua na oferta de crédito consignado, seguros e outros serviços acessíveis para pessoas que, muitas vezes, têm pouco ou nenhum acesso ao sistema financeiro tradicional. Ao promover a inclusão financeira e ampliar o acesso a serviços bancários, contribuímos para transformar vidas e gerar mais autonomia financeira. Essa atuação consciente e inclusiva é parte do nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável, não apenas econômico, mas também social.
Nesse contexto, o Instituto Marina e Flávio Guimarães foi criado para liderar e potencializar todas as ações de desenvolvimento social do Grupo BMG voltadas para a comunidade. Seu propósito maior é formar e capacitar pessoas para que possam transformar seus futuros. Por meio de projetos educacionais, esportivos e sociais, o instituto promove autonomia, dignidade e inclusão, contribuindo diretamente para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Quanto a entidade já investiu desde a sua fundação, em 2022, e de onde vêm os recursos? Quanto deve ser aplicado em 2025?
Em 2025, o instituto está implantando cinco projetos com recursos próprios e patrocinando 26 projetos sociais, culturais, esportivos e educacionais via leis de incentivo, além de apoiar centenas de entidades filantrópicas. Nossa meta é beneficiar 60 mil pessoas.
O investimento social total previsto para o ano é de R$ 15,1 milhões (deste total, R$ 6,4 milhões estão sendo destinados a iniciativas próprias e R$8,7 milhões investidos via leis de incentivo). Recursos aportados pelas empresas do Grupo BMG que são as mantenedoras do instituto.
Além disso, entre os anos 2023 e 2024 o instituto investiu cerca de R$ 17,4 milhões. Desse total, R$ 5,9 milhões foram destinados a projetos próprios e doações, enquanto R$ 11,5 milhões foram destinados a 40 iniciativas apoiadas por leis de incentivo.
No mês passado o Instituto inaugurou a Casa Marina. Como o empreendimento vai funcionar no dia a dia? Horários, tipo de atendimento, casos que espera acolher, cursos…
O projeto Casa Marina é, em sua essência, um espaço para capacitar e acolher mulheres em situação de vulnerabilidade. Aqui na Casa Marina serão oferecidos diversos cursos gratuitos, apoio e orientação por meio do atendimento psicossocial, além de palestras de educação financeira, empreendedorismo e gestão de suas finanças, para que essas mulheres possam ter mais autonomia e independência econômica.
Inicialmente vamos oferecer cursos de Corte e Costura, Manicure e Pedicure, Cabeleireira e Cuidadora de Idosos. A primeira unidade da Casa Marina está instalada em Ribeirão das Neves, na Cidade dos Meninos, do Sistema Divina Providência. Os cursos terão duração de 3 meses, com turmas de manhã (7h30 às 11h30) e à tarde (13h às 17h), com 16 vagas em cada modalidade. As primeiras turmas da Casa Marina tiveram início no dia 10/10. Mulheres com mais de 18 anos, interessadas em participar da próxima turma, já podem entrar em contato com o time de seleção para mais informações, por meio do telefone: (31) 3614-9157.
A Casa Marina foi inspirada em algum modelo ou projeto já existente?
A concepção da Casa Marina surgiu a partir de intensas conversas entre o time do instituto, inspirado pelas melhores práticas de mercado voltadas à capacitação de pessoas, e tendo como objetivo materializar nosso propósito maior: capacitar para transformar futuros.
Mas a essência da Casa Marina vem, sobretudo, da trajetória inspiradora de Dona Marina Guimarães, cuja vida foi marcada pelo investimento em iniciativas voltadas ao desenvolvimento e à autonomia de mulheres e por ajudar aqueles que mais necessitavam.
Dona Marina e seu esposo Flavio Guimarães, que foi um dos grandes líderes do BMG, acreditavam no potencial de cada pessoa e que educação e qualificação profissional são as verdadeiras chaves da transformação.
A dedicação pessoal de D. Marina em promover oportunidades reais para que mais mulheres conquistassem independência e protagonismo é o alicerce que sustenta e dá sentido à Casa Marina.
Ela tinha uma crença genuína no potencial de cada pessoa.
Tenho certeza de que se ela estivesse aqui hoje, estaria muito feliz. Estaria conversando com cada mulher, torcendo por cada uma delas.
De um modo geral, as mulheres são maioria do público atendido pelo instituto? Se sim, por quê?
Depende muito da característica e objetivo de cada projeto. De forma geral, ações contemplam homens e mulheres em proporção muito similar.
A senhora também é Superintendente de ESG do Banco BMG. A senhora acredita que essa agenda sofreu um revés diante da postura negacionista do governo dos Estados Unidos atualmente, devido à grande influência desse país na economia global?
Para nós, a agenda ASG é um movimento já consolidado. A preocupação com aspectos sociais, ambientais e de governança vai muito além de uma tendência, hoje é um fator de competitividade, reputação e de atração de talentos. Entendemos que é um caminho sem volta e que reflete uma mudança real de mentalidade na forma de fazer negócios e gerar impacto positivo.
Cada país tem suas próprias agendas socioambientais, e o Brasil define suas prioridades ASG de acordo com seu contexto e propósitos. Independentemente do cenário político, o Banco BMG mantém uma estratégia bem definida para essa área, com ações de longo prazo e baseadas em diretrizes claras e consistentes.