(HO/SANA/AFP)
O novo enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, disse nesta segunda-feira (3) estar “muito pessimista” em relação à missão no país. Ele assumiu a função em substituição a Kofi Annan, que renunciou depois de fracassarem seus esforços em busca de um cessar-fogo e do fim da violência na Síria, que já dura 18 meses, e deixou mais de 20 mil mortos, segundo organizações não governamentais (ONGs).
Brahimi disse que sua tarefa de buscar o fim para a violência é uma missão ''quase impossível''. “Assumo esse trabalho com os olhos abertos, sem ilusões. Sei o quanto é difícil, quase impossível. Não posso dizer impossível, [mas] quase impossível”, disse ele.
Em seguida, Brahimi acrescentou: “Estou assustado pelo peso da responsabilidade. As pessoas dizem que há mortos e [estão a se perguntar] o que estamos a fazer”. Segundo ele, o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, é “intransigente”.
Segundo o enviado especial, uma transição política na Síria é “fundamental e urgente”, mas ressalvou que “a mudança não deve ser cosmética”. Desde julho, as forças do governo e integrantes da oposição intensificaram os confrontos no país, sobretudo em Damasco, a capital.
Oposição e governo disputam espaço político na Síria. Para a oposição, Assad deve renunciar e promover a transição política, além de um cessar-fogo imediato e o fim da violência. O presidente sírio alega que forças estrangeiras incitam a instabilidade na Síria.