(StockExpress)
Noventa litros. Essa é a perda média de leite de uma vaca, numa lactação de 300 dias, provocada por carrapatos. As infecções causadas pelos aracnídeos são traduzidas em prejuízos de U$ 3,2 bilhões no país. As estimativas foram apresentadas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), que desenvolve pesquisas na tentativa de reduzir os danos à pecuária leiteira.
A possibilidade de uma vacina eficiente é a principal aposta. Nos últimos anos, produtos capazes de conferir aos rebanhos imunidade contra os bichos têm sido testados. Austrália e Cuba desenvolveram doses que foram usados por aqui. Porém, com uma eficiência próxima de 50%. Devido à necessidade de várias aplicações para uma proteção parcial, as imunizações estrangeiras não tiveram boa aceitação no mercado nacional.
Em meio a esse cenário pesquisadores brasileiros têm trabalhado para criar uma vacina com uma resposta duradoura, além de economicamente viável para o produtor. Os estudos estão sendo desenvolvidos pela Epamig, em parceria com a UFMG, no Campo Experimental Santa Rita, em Prudente de Morais. Os resultados iniciais, porém, ainda não foram divulgados.
“A vacinação apresenta uma série de vantagens em relação aos métodos de controle químico. É segura para o homem e o meio ambiente, não deixa resíduos na carne e no leite, e, portanto, não requer período de carência. Além disso, estudos têm indicado baixa possibilidade de desenvolvimento de resistência pelos carrapatos”, destaca o pesquisador da Epamig, Daniel Rodrigues.
Além disso
A lista de estragos causados pelos carrapatos é grande. Infestações em rebanhos causam lesões no couro dos animais e favorecem a penetração de larvas de moscas causadoras do que é chamado popularmente de “bicheira”. Além disso, é preciso considerar os prejuízos relacionados à mão de obra necessária para o controle da infestação, como as despesas com instalações, aquisição de carrapaticidas e compra de equipamentos adequados para aplicação dos produtos.
“O controle desses parasitas é complexo devido a um conjunto de fatores, como a raça do bovino, as condições climáticas e de manejo, e os tipos de pastagem. As estratégias atuais incluem a seleção de indivíduos e raças mais resistentes. No entanto, o controle químico ainda é a alternativa mais empregada”, afirma. Porém, quando mal utilizado, esse controle químico oferece risco à saúde dos animais, das pessoas e do meio ambiente. Além disso, a resistência dos carrapatos aos princípios ativos aumenta a cada dia.
*Com informações da Agência Minas