Equatorianos vão às urnas para eleger presidente entre socialista e direitista

AFP
02/04/2017 às 12:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:58

Os equatorianos começaram a votar neste domingo para eleger, entre o ex-vice-presidente socialista Lenín Moreno e o opositor de direita Guillermo Lasso, o novo presidente do país. Em 19 de fevereiro, Moreno, do movimento governista Alianza País (AP), obteve 39,3% dos votos válidos,
ficando a décimos da eleição no primeiro turno, para a qual são necessários 40% e 10 pontos de diferença em relação ao segundo candidato.

Lasso, ex-banqueiro e principal líder da oposição, conquistou 28,1% dos votos. Um total de 12,8 milhões dos 16,5 milhões de equatorianos foram convocados às urnas, que serão fechadas às 17h locais.

A votação para eleger o governante dos próximos quatro anos começou com uma cerimônia na sede do CNE em Quito, da qual participaram o presidente socialista Rafael Correa - no poder desde 2007 e cujo mandato será concluído no próximo dia 24 de maio - e delegados de observadores internacionais.

"Declaramos inauguradas oficialmente as eleições presidenciais, em que será eleito pela via democrática o novo presidente", expressou o titular do CNE, Juan Pablo Pozo. Correa classificou a votação de decisiva para a esquerda e direita da América Latina, ante a recente
"reação conservadora".

"Eu não chamaria de crítica, e sim de um momento decisivo, porque tivemos uma reação conservadora nos últimos anos na região", expressou o presidente, após votar no norte de Quito. "As eleições equatorianas são muito importantes para verificar se esta tendência continua ou se volta a
ganhar força a tendência progressista", assinalou.

O presidente apontou que "não apenas a pátria grande (América Latina) está acompanhando, o mundo inteiro acompanha as eleições equatorianas". O resultado da votação poderia inclinar a balança para o lado da direita, que voltou a Brasil, Argentina e Peru, no que alguns chamam de "restauração conservadora".

Ao ser questionado pela AFP sobre o que está em jogo no Equador, o presidente socialista respondeu: "o futuro, continuar com estas mudanças históricas ou voltar ao passado". Correa tornou-se o presidente que mais tempo permaneceu no poder no Equador, depois da crise institucional enfrentada pelo país entre 1996 e 2007, em que houve sete governantes, três deles derrubados e vários de direita.

Segue abaixo a ficha eleitoral do Equador:
População: 16,5 milhões, cerca de 30% indígenas.
Eleitores: 12,8 milhões (6,4 milhões de homens e 6,4 milhões de mulheres). O total inclui jovens de 16 a 18 anos, policiais, militares, pessoas com incapacidades e presos sem sentença, para quem o voto é opcional.
Mesas eleitorais: 43.623 nas 24 províncias do país e 887 no exterior.
Horário de votação: Entre 7h e 17h locais.
Cargos para o período 2017-2021: Presidente e vice-presidente.
Número de candidatos: Dois binômios.
Partidos e organizações políticas participantes: Alianza País (liderado por Rafael Correa) e Creando
Oportunidades (CREO, de Guillermo Lasso).
Voto: Obrigatório para pessoas de 18 a 65 anos.
Sanções: Multa de 37,50 dólares para quem não votar, mais oito dólares pela cédula eleitoral requerida para alguns trâmites públicos.
    
 

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