Equipamentos e vidraças depredados na Câmara do Rio

Roberta Pennafort
01/08/2013 às 19:15.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:35

Os manifestantes que ocuparam a Câmara dos Vereadores do Rio na noite de terça-feira, 30, destruíram o servidor de internet da casa, jogaram tinta nas portas, arrancaram equipamentos usados pelos vereadores em votações e quebraram vidraças. O prédio, construído entre 1919 e 1923, é tombado desde 1988 pela prefeitura carioca.

A invasão ocorreu por volta das 21 horas e chegou ao plenário, onde os vereadores participam das sessões. Um quadro do pintor italiano Gustavo Dall'Ara foi danificado. A Câmara não divulgou a extensão dos danos.

No saguão principal, os manifestantes tentaram derrubar o busto em bronze de Pedro Ernesto, prefeito dos anos 30 que batiza o palácio. A base de mármore da obra foi avariada.
Os invasores picharam ainda paredes da Câmara com o símbolo anarquista, quebraram um equipamento detector de metais e deixaram muito lixo espalhado pela sede do Poder Legislativo municipal.

O prédio foi inspecionado durante o dia por um restaurador do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, vinculado à prefeitura. O valor estipulado para os reparos não foram divulgados.

A manifestação foi convocada para protestar contra o decreto estadual 44.305/2013, que criou a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (Ceiv), e pedir o impeachment do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).

A Polícia Militar (PM) reprimiu os manifestantes com jatos de spray de pimenta, golpes de cassetetes e choques elétricos. O conflito começou quando rojões foram jogados contra o prédio.

O ato mobilizou cerca de 700 pessoas, das quais aproximadamente 200 invadiram o palácio, a maior parte delas com o rosto coberto. Pelo chão, havia bombas caseiras feitas com latas pequenas amarradas com fita isolante, além de cartazes ofensivos ao governador e à presidente Dilma Rousseff.

Depois que a PM retirou os invasores, um grupo menor seguiu para o Leblon (zona sul), onde, na rua Aristides Espíndola, fica o edifício em que Cabral mora. Os manifestantes chegaram à esquina com a avenida Delfim Moreira, na praia, mas não foram adiante. De madrugada, alguns deles jogaram futebol na pista, bloqueando o trânsito na avenida.

A Mesa Diretora da Câmara divulgou nota declarando apoio às manifestações populares pacíficas e repudiando a invasão e depredação do palácio.
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