Uma equipe de agentes que trabalhava nesta sexta-feira, 1, na remoção de lama para tentar liberar uma das principais estradas de Brumadinho teve de paralisar seu trabalho porque encontrou um corpo enquanto retirava o rejeito. A equipe não era especializada em busca e salvamento.
A informação foi confirmada pelo secretário de meio ambiente de Brumadinho, Daniel Hilário de Lima Freitas. "Nossa equipe que estava lá teve que paralisar mesmo os trabalhos, porque não é responsável pela retirada das vítimas. Chamamos o Corpo de Bombeiros, que veio para transportar o corpo. O trabalho de desobstrução da estrada foi retomado no fim da tarde", disse.
A rota, segundo Freitas, é usada para ligar Brumadinho a seus principais distritos e também a Belo Horizonte, a pouco mais de 100 quilômetros de distância. Atualmente, há três estradas de Brumadinho que estão completamente bloqueadas. Por causa disso, o deslocamento que normalmente levaria 15 quilômetros, por exemplo, acaba se transformando em viagens de 70, 90 quilômetros de distância.
A prefeitura acredita que, até a próxima terça-feira, a estrada em que o corpo foi encontrado nesta sexta deverá ser desobstruída e liberada para o tráfego. As outras duas estradas engolidas pela lama, porém, não têm prazo para liberação, devido ao grande volume de rejeito que acumulam e à possibilidade maior de haver vítimas fatais nas regiões.
Os trabalhos dos bombeiros, militares, voluntários e cães farejadores foram retomados na manhã deste sábado, 2, em Brumadinho. Segundo o último balanço, 115 pessoas morreram, 71 corpos foram identificados e 248 pessoas continuam desaparecidas.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), vai a Brumadinho e deve se pronunciar neste sábado.
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