Funcionários dos governos dos EUA e da Coreia do Norte devem se reunir em Cingapura nesta segunda-feira (11) em preparação para a cúpula entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un. A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que o embaixador dos EUA nas Filipinas, que assumiu a liderança nas negociações políticas com a Coreia do Norte, vai realizar uma reunião de trabalho com a delegação norte-coreana às 10h de segunda-feira, hora local (23h deste domingo, horário de Brasília).
Sanders comentou que Trump aproveitou seu voo do Canadá para Cingapura lendo materiais e se preparando para seus compromissos dos próximos dias. Trump e Kim devem se reunir às 9h da manhã de terça-feira (12) em Cingapura (22h de segunda-feira, horário de Brasília).
No histórico primeiro encontro entre os líderes das duas nações tecnicamente ainda em desavença, Trump está priorizando o instinto ao planejamento. Ao contrário das cúpulas tradicionais entre chefes de estado, nas quais a maioria do trabalho é concluído com antecedência, autoridades dos EUA dizem que a única coisa certa dessa conversa é sua imprevisibilidade.
Desde que Trump chocou aliados, funcionários da Casa Branca e, segundo alguns relatos, os próprios norte-coreanos quando aceitou o convite de março de Kim para uma reunião, os dois líderes se voltaram para um encontro incerto. "É um território desconhecido no sentido mais verdadeiro, mas eu realmente me sinto confiante", disse Trump a repórteres no sábado. "Eu sinto que Kim Jong Un quer fazer alguma coisa ótima para seu povo e ele tem essa oportunidade e ele não terá essa oportunidade novamente."
O envolvimento de Trump com Kim satisfaz o anseio não correspondido da família governante norte-coreana pela legitimidade internacional, uma concessão substancial depois de mais de uma geração de esforços dos EUA para isolar o país no cenário global. "Nunca foi feito antes", disse Trump. "E obviamente, o que tem sido feito antes não funcionou."
Cada líder tem suas motivações: as sanções contundentes e o desejo de legitimidade trouxeram Kim para a mesa. Os esforços para evitar um potencial primeiro ataque aos EUA levou Trump a correr o risco. Ele é o primeiro presidente dos Estados Unidos disposto a sentar-se com Kim com tão poucas concessões.
Aumentando as expectativas antes da reunião, Trump disse que o resultado dependerá fortemente de seus próprios instintos. O presidente dos EUA disse que saberá "dentro do primeiro minuto" de encontro se o líder norte-coreano é sério sobre as negociações nucleares. "Eu acho que vou saber muito rapidamente se ou não, na minha opinião, algo positivo vai acontecer. E se eu achar que isso não vai acontecer, eu não vou perder meu tempo. Eu não quero perder seu tempo", disse Trump.
"Este é um líder que realmente é uma personalidade desconhecida", acrescentou Trump sobre Kim. "As pessoas não sabem muito sobre ele. Eu acho que ele vai surpreender no
positivo."
Assessores da Casa Branca descreveram Trump dias após receber o convite inicial de Kim como obcecado por visões de ganhar o Prêmio Nobel da Paz e usar suas habilidades que expôs em seu livro "A arte da Negociação" para colocar sua marca na ordem global. De fato, ele descreveu sua viagem a Cingapura como uma "missão de paz", mas embarcou nela após ter semeado a discórdia dentro da aliança ocidental G-7.
Fonte: Associated Press
http://www.estadao.com.br