Escolas do Barreiro e Noroeste enfrentam surto da síndrome mão-pé-boca; veja como proteger seu filho

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
23/04/2018 às 10:58.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:29
 (Arquivo Pessoal/Divulgação)

(Arquivo Pessoal/Divulgação)

Duas escolas infantis de Belo Horizonte registraram neste ano surtos da síndrome mão-pé-boca. A doença que provoca feridas e bolhas nessas três partes do corpo é altamente contagiosa e afeta principalmente crianças menores de 5 anos. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), 35 alunos contraíram a doença entre março e abril.

O número já é quase o dobro do contabilizado na capital durante todo o ano passado. Balanço da prefeitura revela que em 2017 ocorreram dois surtos, com 15 casos confirmados da doença. O número de infectados, porém, pode ser ainda maior já que somente os surtos são notificados. A SMSA reconhece que não há um levantamento de quantas pessoas em BH foram atingidas pela síndrome mão-pé-boca, já que a notificação de casos não é compulsória..

Epidemia

Em 2018, os surtos da doença em BH foram registrados nas regiões do Barreiro e Noroeste. A Secretaria de Saúde garantiu que adotou todas as medidas para evitar a disseminação da síndrome nas duas unidades educacionais. "Todas as crianças infectadas foram afastadas das escolas, que adotaram medidas de higiene para evitar a contaminação de outros alunos. Além disso, estamos fazendo o acompanhamento para verificar se surgem novos casos", informou a diretora de Vigilância Epidemiológica da PBH, Lúcia Paixão.

No Barreiro, o primeiro caso foi registrado no dia 1º de março e o último no dia 14 do mesmo mês. Já na região Noroeste, os casos aconteceram entre 12 de março de 2 de abril. A SMSA informou que os surtos são encerrados somente após 28 dias do registro do último caso.

Conforme Lúcia Paixão, ainda não existe vacina para combater a enfermidade, mas é possível evitar a transmissão com alguns cuidados simples. O principal é lavar as mãos com frequência e desinfetar os objetos tocados pelos infectados. "O vírus está presente no intestino e é transmitido pelo contato com fezes e saliva", explicou a especialista.

Apesar dos surtos recentes, a diretora de Vigilância Epidemiológica da PBH informou que a síndrome do mão-pé-boca é uma doença antiga. Ela pode acontecer em qualquer época do ano, principalmente nos períodos mais quentes. Apesar de parecer assustadora, a doença tem evolução autolimitada, o que significa que tem um período certo de duração, que varia de 4 a 6 dias.

Prevenção e tratamento

O vírus que causa a doença, o Coxsackie, é transmitido pela via oral ou fecal da pessoa infectada. Por isso, a melhor forma de evitá-la é não beijar, abraçar ou compartilhar utensílios com o paciente. Além disso, especialistas na área de saúde aconselham limpar e desinfectar superfícies tocadas com frequência pelo doente, além de lavar as mãos com água e sabão frequentemente, principalmente após trocar fraldas e usar o banheiro.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que geralmente a doença começa com febre, entre 38°C e 38,9°C. A partir do segundo dia as lesões aparecem nos pés e nas mãos, mas de forma moderada, pequena e sem dor. Em alguns casos surgem, também, na área das coxas e nádegas, o que pode ser confundido com assadura.

Todos esses sintomas costumam desaparecem entre 5 e 7 dias. Porém, as bolhas podem permanecer por até quatro semanas. Mesmo depois de recuperada, a pessoa infectada pode transmitir o vírus pelas fezes pelo mesmo período.

Não há tratamento específico para a síndrome. Em geral ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é realizado com antitérmicos e anti-inflamatórios com o objetivo de tratar os sintomas. Durante o período da doença, o paciente tem que ficar em repouso, alimentar-se bem e beber muito líquido para evitar desidratação.

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